“Por que nome vocês chamam a si mesmos?”

TRADUÇÃO

P: Por gentileza, diga-me por que nome vocês chamam a si mesmos? Qual é a denominação?

R: Somos rigorosamente não-sectários, e consequentemente, não reconhecemos qualquer nome sectário, acreditando como Paulo, (leia 1 Cor 3:1-4) que quando alguém diz ‘Eu sou de Paulo, e eu sou de Apolo, ou eu sou um Batista, ou sou um Metodista, etc., isso é evidência de carnalidade e, consequentemente, está em oposição ao Espírito de Cristo. Será que Paulo ou Apolo morreram por nós? Se assim for, vamos chamar-nos pelos nomes deles. Fomos nós batizados na igreja Metodista, Presbiteriana, Batista, ou outras igrejas denominacionais? Se assim for, somos membros dela, e devemos ser devidamente reconhecidos por esses nomes. Mas se fomos batizados em um só corpo, ou igreja da qual Jesus é o único cabeça, então somos membros, em particular do corpo dele, e o único nome apropriado seria sua, biblicamente chamada “Igreja de Cristo”, “Cristãos”, “Igreja do primogênito”, e nomes gerais desse tipo. Mais uma vez, observaríamos que a nossa é a única base bíblica da união Cristã, a saber: Não temos qualquer credo (cerca) para nos unir ou para manter os outros fora de nossa companhia. A Bíblia é o nosso único padrão, e seus ensinamentos nosso único credo, e reconhecendo o caráter progressivo do desdobramento das verdades das Escrituras, estamos prontos e dispostos a adicionar ou modificar nosso credo (crença de fé) à medida que obtemos mais luz de nosso Padrão.

Estamos em comunhão com todos os cristãos, nos quais podemos reconhecer o Espírito de Cristo, e especialmente com aqueles que reconhecem a Bíblia como seu único padrão. Nós não exigimos, portanto, que todos vejam as coisas como nós, para poderem ser chamados de cristãos, reconhecendo que o crescimento na graça e no conhecimento é um processo gradual. Tampouco vemos qualquer razão para esperar que ninguém exceto os vigias de Sião veja “com seus próprios olhos” (Isa. 52:8) até que chegue o que seja perfeito, quando “o que é parcial será eliminado”. (1 Cor. 13:10.)

Se todos os cristãos se libertassem desse modo dos credos prescritos, para estudar a Palavra de Deus sem preconceitos denominacionais, a verdade, o conhecimento e a verdadeira comunhão e unidade cristãs seriam o resultado. O Espírito do cabeça impregnaria os membros do corpo sem restrições, e o orgulho sectário desapareceria.  Assim acreditamos, assim praticamos e assim ensinamos. Torna-se nosso dever denunciar o sectarismo e os credos de homens que desonram a Deus e que, embora contradizendo uns aos outros, unem-se em deturpar a Palavra e o caráter de Deus. Porque são laços que impedem os filhos de Deus de render a devida homenagem ao seu nome, impede que o conheçam, impede que o adorem em espírito e em verdade, e também os impede de desfrutar dessa alegria e paz que seu Pai designou que deveriam ter. ‘Clamamos a plenos pulmões e não nos detemos’.

Visto que acreditamos que o sectarismo é um laço do diabo, e em oposição a Deus e a seus santos, por isso trabalhamos para libertá-los e trazê-los à liberdade de Cristo. Que isso tem sido considerado dessa forma antes do dia de hoje por santos homens de Deus, citamos as palavras de JOHN BUNYAN, cujo nome é familiar, de um dos livros que foram mais lidos do que qualquer outro já escrito exceto a Bíblia – “O Peregrino.” Ele escreveu:

“Uma vez que você saberia por qual nome distinguir-me dos outros, eu lhe digo que eu seria, e espero ser, um Cristão; e escolho, se Deus por acaso tiver-me como merecedor, ser chamado um cristão, um crente, ou qualquer outro nome que seja aprovado pelo Espírito santo. Quanto àqueles títulos facciosos (ou sectários) como Anabatista, Presbiteriano, Independente, ou coisa parecida, eu concluo que eles não vieram de Antioquia nem de Jerusalém, mas do inferno e de Babilônia, pois eles tendem a divisões; você poderá conhecê-los por seus frutos.”

JOHN BUNYAN.

John Bunyan foi um cristão cujo credo era a Bíblia. (Ele era comumente chamado de “batista”, conquanto naquela época e em algumas igrejas batistas da atualidade, a Bíblia seja a única confissão escrita de fé.) Ele foi lançado na prisão em Bedford pela Igreja Inglesa em 1660, porque acreditava desse modo. Foi enquanto estava preso que ele escreveu “O Peregrino”.

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Fonte: A Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo – Abril de 1882

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