“Protegendo o Rebanho” – Diretrizes contra “Apostasia” entre Testemunhas de Jeová

Carta enviada pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová a todos os “Superintendentes de Circuito e Distrito” 1Posições equivalentes aos “bispos” e “arcebispos” da Igreja Católica, sendo que o cargo de “Superintendente de Distrito” foi extinto em 2014. dos Estados Unidos da América em 1980. Note a organização JW ensina sobre o que deve ser entendido como “apostasia” da parte de algum membro da congregação. Esta orientação permanece até os dias atuais.

Carta sobre como o que é "apostasia"

Tradução

SOCIEDADE TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATADOS DE NOVA IORQUE, INC

SCG:SSF 1º de setembro de 1980

A TODOS OS SUPERINTENDENTES DE CIRCUITO E DISTRITO

Prezados irmãos:

Sabemos que os irmãos e suas esposas se beneficiaram grandemente das Assembléias de Distrito “Amor Divino”. Trouxeram de maneira impressionante à nossa atenção por que o amor é a qualidade mais benéfica que podemos desenvolver. (1 Cor. 13:13) O amor nos habilita a permanecermos unidos apesar das limitações e deficiências que manifestamos. — Col. 3:12-14.

Podem estar certos de que, pelo seu exemplo amoroso, os irmãos a quem servem serão edificados e fortalecidos na fé. Temos recebido várias cartas que nos falam do amor demonstrado pelos irmãos e suas esposas. Um corpo de anciãos escreveu concernente a seu superintendente de circuito: “(Ele) é verdadeiramente dedicado a fazer a vontade de Jeová … sendo de ajuda espiritual para todos … acessível à consideração de qualquer assunto. (Ele) está disposto a escutar, demonstrando empatia para com os irmãos. Podemos confiar em tais irmãos quando sobrevierem problemas futuros, que sabemos que virão.”

Podem estar confiantes de que os irmãos apreciam muito sua amizade, associação e amor ao `cuidarem genuinamente das coisas pertinentes a eles’. (Fil. 2:19-23, 29) Portanto, continuem se esforçando em tratá-los de maneira amorosa. Nunca os pressionem ou ralhem com eles. Conduzam-lhes à dianteira, trabalhem arduamente com eles, exortando-os segundo suas necessidades. Sejam pacientes se seu progresso parecer lento. Tal tratamento amoroso e paciente reanimará os irmãos. — Mat. 11:28-30.

Protegendo o Rebanho

A responsabilidade principal do superintendente ao pastorear o rebanho de Deus sob seus cuidados’ é protegê-lo dos perigos. (Atos 20:28) Atos 20:29, 30 indica que os homens que apostatam podem se constituir um desses perigos. Há um excelente estudo deste tema na revista A Sentinela de 1º de agosto de 1980 [em português, 1º de fevereiro de 1981]. Todos vocês precisam estar cabalmente familiarizados com o conteúdo dos artigos de estudo. Encorajem especialmente todos os anciãos e servos ministeriais a fazerem o mesmo. Incluam pontos chaves deles em seu programa “Continue nas Coisas Que Aprendeu”.

Ajudem os anciãos a discernirem entre um apóstata causador de problemas e um cristão que se torna fraco na fé e tem dúvidas. (2 Pedro 2; Judas 22, 23) O primeiro deve ser tratado com firmeza depois de se fazerem contínuos esforços para reajustá-lo. (2 João 7-10) Por outro lado, o fraco na fé deve ser paciente e amorosamente ajudado a obter o conhecimento exato que fortalecerá sua fé.

Não esqueçam que, para ser desassociado, um apóstata não tem necessariamente de ser um promotor de idéias apóstatas. Conforme mencionado no parágrafo 2, página 17 de A Sentinela de 1º de agosto de 1980 [em português, 1º de fevereiro de 1981]. “A palavra ‘apostasia’ vem de um termo grego que significa ‘ficar apartado’, ‘afastamento, deserção, rebelião, desistência'”. Portanto, se um cristão batizado abandona os ensinamentos de Jeová, conforme apresentados pelo escravo fiel e discreto, e persiste em crer em outra doutrina apesar da repreensão bíblica, então ele está apostatando. Devem-se fazer esforços bondosos e contínuos para reajustar seu modo de pensar. Todavia, se, depois de ter-se feito tais esforços contínuos para reajustar seu modo de pensar, ele continuar crendo em idéias apóstatas e rejeitar o que tem sido provido através da `classe do escravo’, então se deve tomar uma ação judicativa apropriada.

Isto não quer dizer que vocês ou os anciãos devem fazer uma ‘caça às bruxas’, por assim dizer, investigando sobre as crenças pessoais dos irmãos. Em vez disso, se algo razoavelmente importante vier à atenção dos anciãos neste sentido, será apropriado fazer uma investigação bondosa e discreta de modo a proteger o rebanho. Nunca é demais enfatizar a necessidade de sermos cautelosos, discretos e bondosos ao lidarmos com tais situações. — Tiago 1:19, 20.

Cooperação entre corpos de anciãos

Em algumas de nossas cidades maiores relatou-se que, às vezes, quando atos errados são descobertos, várias congregações podem estar envolvidas. Existe uma necessidade de completa cooperação entre os corpos de anciãos destas congregações. Os anciãos devem estar alertas à necessidade de transmitir rapidamente aos corpos de anciãos de outras congregações qualquer informação sobre publicadores em suas congregações que podem necessitar de uma investigação. Qualquer pessoa que tiver inadvertidamente se envolvido em conduta errada precisa ser ajudada imediatamente. Qualquer um que tiver se permitido tornar-se endurecido no pecado precisa ser severamente repreendido e se não atender a isso, deve ser expulso da congregação. Seria bom vocês trazerem à atenção dos corpos de anciãos de vossos circuitos o material que foi apresentado a vocês no seminário do outono [setentrional] de 1979 no esboço 13, debaixo do subtítulo “Os Anciãos Ainda Precisam de Ajuda em Lidar Com Problemas Intercongregacionais.” Qualquer informação que for necessária e estiver disponível deve ser transmitida rapidamente aos anciãos da congregação envolvida.

Queiram ajudar os anciãos a sentir fortemente a obrigação perante Deus de impedir que a iniqüidade se infiltre e se espalhe dentro da congregação. (1 Cor. 5:6-8) A comissão judicativa deve fazer grande esforço para descobrir se o indivíduo está genuinamente arrependido antes de estender o perdão a ele pela má reputação que ele deu à congregação. Geralmente uma pessoa que está verdadeiramente arrependida pode indicar algum “fruto próprio do arrependimento” (Mat. 3:8) Queremos ter em mente que, não importa quão bom seja o conselho ou a repreensão, se o coração da pessoa está insensível, nas mesmas circunstâncias ele repetirá o pecado. Para proteger o rebanho os anciãos devem estar dispostos a tomar ação decisiva em tais casos.

Veja aqui a carta original, com sublinhados acrescentados:

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Imagem: Tribunal da Inquisição, Francisco Goya (1812-1819).

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