Questionamento das Razões Populares Para a Crença na Evolução

Resenha do livro Icons of Evolution – Science or Myth? (Ícones da Evolução – Ciência ou Mito?), Jonathan Wells, Regnery Publishing, Inc., 2000.

Quando se pergunta à maioria das pessoas que adotaram a teoria da evolução como explicação para a origem de todos os seres vivos o porquê de aceitarem esse conceito, geralmente são lembradas várias imagens bem específicas de livros didáticos. Isto é verdade tanto no caso de biólogos como de pessoas que não são biólogos, já que a maioria das pessoas aprendeu o que sabe nos mesmos poucos livros. (pág. 6) Em Ícones da Evolução, Jonathan Wells chama essas gravuras populares de “ícones” e demonstra efetivamente como os ensinos que elas transmitem são frequentemente enganosos e, em alguns casos, claramente desonestos à luz do que se sabe atualmente.

Ele alista os dez ícones da evolução mencionados a seguir, e os sujeita a (nas palavras do historiador da ciência Thomas Woodward) fortes críticas num mesmo número de capítulos:

* A experiência de Urey-Miller que pretende demonstrar como os elementos químicos construtores da vida se originaram na atmosfera da Terra primitiva

* A árvore da vida de Darwin

* As semelhanças nos membros dos vertebrados

* As gravuras de Ernst Haeckel de embriões humanos e de outros seres, que parecem semelhantes nesta fase do desenvolvimento

* Os fósseis do réptil / pássaro Archaeopteryx

* As mariposas de Manchester

* Os tentilhões de Darwin

* As moscas-das-frutas de quatro asas produzidas por mutações genéticas

* Os fósseis dos cavalos

* A gravura que mostra os vários estágios do desenvolvimento humano, desde criaturas semelhantes a macacos até o homem moderno

Os capítulos dois a onze abordam cada um destes assuntos e explicam o que se acredita comumente versus o que as evidências nos dizem atualmente.

Capítulo 2 — A Experiência de Urey-Miller

Conceito Popular: Os aminoácidos, os blocos químicos das proteínas, podem ser criados em um aparelho de vidro fechado em condições que simulam a atmosfera da terra primitiva. Acredita-se que a pobreza em oxigênio ou a natureza redutora da atmosfera original da Terra possibilitou a criação de proteínas em uma espécie de sopa primordial e, a partir delas, as células vivas foram capazes de emergir.

Entendimento Atualizado: Já por muitos anos, a maioria dos geoquímicos acredita que este experimento falhou em duplicar a atmosfera da Terra primitiva. É provável que a Terra tinha uma atmosfera neutra ou levemente oxidante, em vez de uma atmosfera “redutora”, o que teria impedido a criação espontânea de componentes químicos da vida. Ainda assim, esta ilustração persiste nos livros escolares.

Capítulo 3 — Árvore da Vida de Darwin

Conceito Popular: Em The Origin of the Species (A Origem das Espécies), Darwin escreveu: “Eu vejo todos os seres não como criações especiais, e sim como descendentes lineares de uns poucos seres que viveram muito antes do depósito do primeiro leito do sistema cambriano.” Assim, Darwin usou a ilustração de uma árvore para retratar a linhagem de todos os seres vivos, possivelmente de uma forma primordial, com os galhos verdes e brotos representando espécies modernas e a raiz sendo o suposto ancestral comum universal. O neodarwinista Ernst Mayr, de Harvard, afirmou em 1991 que provavelmente não resta qualquer biólogo hoje em dia que questionaria que todos os organismos que se encontram agora na Terra descendem de uma única origem da vida. [Imagem: A Árvore da Vida, conforme consta no livro On the Origin of Species by Natural Selection [Da Origem das Espécies pela Seleção Natural], Charles Darwin (1859). Esta é a única gravura do livro.]

Entendimento Atualizado: Em vez de apoiar esse conceito, o registro fóssil mostra que os principais grupos de animais apareceram repentina e dramaticamente no período geológico cambriano. Isto veio a ser conhecido como a explosão cambriana ou o big bang dos biólogos. Em vez de indicar linhagem gradual com modificação, das categorias mais baixas (espécies, gêneros, famílias, ordens) para as mais altas (classes, filos, reinos), os níveis mais altos aparecem logo no início. Conforme o teórico evolucionista Jeffrey Schwartz expressou, os principais grupos de animais aparecem no registro fóssil como Atena surgiu da cabeça de Zeus, completa e ansiosa para sair. Assim, Wells observa aptamente: Visto que os níveis mais altos da hierarquia biológica aparecem primeiro, pode-se até dizer que a explosão cambriana coloca a árvore da vida de Darwin de cabeça para baixo. Se qualquer analogia botânica fosse apropriada, teria de ser um gramado, não uma árvore. Ainda assim, a grande Árvore da Vida de Darwin continua sendo um ícone popular da evolução.

Capítulo 4 — Homologia nos Membros dos Vertebrados

Conceito Popular: As semelhanças esqueléticas nos membros superiores dos vertebrados (por exemplo, morcegos, golfinhos, cavalos e humanos) indicam linhagem comum do mesmo progenitor. Entre os darwinistas, a homologia é entendida como características herdadas de um ancestral comum.

Entendimento Atualizado: É um raciocínio circular ensinar que a homologia se deve à origem comum, enquanto ao mesmo tempo se ensina que ela é evidência de origem comum.

Isto é muito parecido com dizer: a ancestralidade comum é demonstrada pela homologia que demonstra a ancestralidade comum. Em 1985, o filósofo Ronald Brady escreveu sobre esta situação: “Ao elaborar nossa explicação para a definição da condição a ser explicada, expressamos não hipóteses científicas, e sim crenças. Estamos tão convencidos de que nossa explicação é verdadeira que não vemos mais a necessidade de distingui-la da situação que estávamos tentando explicar. Os esforços dogmáticos desse tipo devem finalmente deixar o domínio da ciência.” Além disso, sabe-se há décadas que genes semelhantes não são responsáveis por estas características semelhantes, portanto o mecanismo que os produz permanece desconhecido. De fato, sabe-se que é muito mais comum que genes idênticos em diferentes organismos produzam estruturas não homólogas ou diferentes. Isto é o contrário do que se esperaria se realmente houvesse uma linha genética de descendência comum nas linhagens de organismos com características semelhantes.

Capítulo 5 — Os Embriões de Haeckel

Conceito Popular: Em A Origem das Espécies, Darwin escreveu que os embriões das espécies mais distintas pertencentes à mesma classe são muito semelhantes, mas quando totalmente desenvolvidos tornam-se bem diferentes. O entendimento dele era que as semelhanças nos embriões iniciais demonstravam não só a descendência de um ancestral comum, mas também como este se parecia. Ele considerou que esta era de longe a classe única de fatos mais forte em favor de sua teoria. Entre outros, ele se baseou nas conclusões do biólogo alemão Ernst Haeckel, cujos desenhos fazem embriões de peixes, salamandras, tartarugas, frangos, porcos, vacas, coelhos e humanos parecerem praticamente idênticos nos estágios iniciais do desenvolvimento. Foi Haeckel quem cunhou a famosa frase evolutiva, “a ontogenia recapitula a filogenia”. O sentido disso era que, à medida que o desenvolvimento embrionário (ontogenia) ocorre, as formas ancestrais adultas são reproduzidas ou recapituladas nas várias etapas do processo, repetindo em essência sua história evolutiva ou filogenia. [Imagem: Os embriões são (da esquerda para a direita) peixe, salamandra, tartaruga, frango, porco, bezerro, coelho e humano.]

Entendimento Atualizado: Os biólogos sabem há mais de um século que Haeckel falsificou seus desenhos e que eles não representam com precisão as aparências desses embriões em seus estágios iniciais. Em 1997, o embriologista britânico Michael Richardson publicou um artigo na revista Anatomy and Embryology (Anatomia e Embriologia) que comparava os desenhos dos livros didáticos com os embriões verdadeiros. Ele foi citado posteriormente na revista Science dizendo: “Parece que isso está se tornando uma das falsificações mais famosas da biologia.” O falecido paleontólogo e historiador de ciência de Harvard, Stephen Jay Gould, tentou minimizar o significado disso culpando os relatos noticiosos de sensacionalizar a história e transmitir a impressão de que Richardson havia descoberto a falcatrua de Haeckel pela primeira vez. Gould reconheceu que ele pessoalmente sabia disso já por mais de 20 anos e escreveu na edição de março de 2000 da Natural History (História Natural) que Haeckel exagerou as similaridades por idealizações e omissões. Em alguns casos, em um procedimento que só pode ser chamado de fraudulento, ele também copiou vez após vez o mesmo desenho. Gould culpou os escritores de livros didáticos de baixar o nível de seu material ao ponto de serem imprecisos e declarou: “Penso que temos o direito de nos surpreender e envergonhar pelo século de  irracionalidade que levou à persistência desses desenhos em grande número, para não dizer na maioria dos livros didáticos modernos.”

Capítulo 6 — Archaeopteryx: O Elo Perdido

Conceito Popular: Descoberto pela primeira vez em 1861 em uma pedreira de calcário em Solnhofen, Alemanha, os oito fósseis conhecidos do Archaeopteryx (significando “asa antiga”) foram encarados como evidência de um elo de transição entre répteis e aves. Wells observa que ele tinha asas e penas; mas também tinha dentes (diferente de qualquer pássaro moderno), uma cauda longa semelhante a um lagarto e garras nas asas. Foi reconhecido como talvez o espécime fóssil mais amplamente publicado e reverenciado da história. Ernst Mayr se referiu a ele em 1982 como o elo quase perfeito entre répteis e aves. [Imagem: Archaeopteryx. Litografia encontrada no calcário jurássico Solnhofen, sul da Alemanha.]

Entendimento Atualizado: Os paleontologistas concordam agora que o Archaeopteryx não é o ancestral dos pássaros modernos e, no meio de uma controvérsia acalorada sobre a origem dos pássaros, este fóssil foi discretamente posto de lado como o Primeiro Pássaro. No entanto, ele persiste nos livros modernos como exemplo clássico de um elo perdido. Em Biology [Biologia], 1998, Sylvia Maders refere-se a ele como um elo de transição entre répteis e aves, e William Schraer e Herbert Stoltzes em Biology: The Study of Life [Biologia: O Estudo da Vida], 1999, afirma que muitos cientistas acreditam que ele representa um elo evolutivo entre répteis e aves. Todavia, nenhum dos lados da atual controvérsia daria a ele este status.

Capítulo 7 — As Mariposas de Manchester

Conceito Popular: Considerado o exemplo didático clássico de seleção natural em ação, no início dos anos 1950, o médico e biólogo britânico Bernard Kettlewell conduziu experimentos sobre um fenômeno observado por cientistas britânicos após o advento da revolução industrial. Embora parecesse que a maioria das mariposas era de cor clara antes de certas áreas serem industrializadas e poluídas, observou-se que mais eram de cor escura ou melânica posteriormente. Isto veio a ser chamado de “melanismo industrial”. Kettlewell concluiu que isto ocorreu por causa do efeito camuflador das árvores sobre as quais as mariposas descansavam. Quando as árvores eram de cor clara e cobertas por líquens, os pássaros identificavam mais facilmente as mariposas de cor escura e as comiam. Quando a poluição escureceu os troncos das árvores, inversamente, as mariposas mais escuras agora tinham uma vantagem seletiva em sobreviver à predação e eram elas as que permaneciam vivas e se reproduziam.

Entendimento Atualizado: Sabe-se desde a década de 1980 que as mariposas na natureza normalmente não descansam nos troncos de árvores, e que as fotografias dos livros didáticos foram arranjadas por se colar ou prender mariposas mortas nas árvores ou usando mariposas vivas que foram colocadas manualmente nas árvores. Além disso, estudos adicionais mostraram que existem discrepâncias que contradizem os resultados esperados, se só a predação de pássaros e a camuflagem fossem os fatores operacionais no trabalho. Entre elas estão: 1) as áreas fortemente poluídas de Manchester, Inglaterra, onde a proporção de mariposas de cor escura nunca foi tão alta quanto previsto na teoria; 2) East Anglia, onde a proporção de mariposas de cor escura era alta, apesar das árvores cobertas de líquens, 3) o sul da Grã-Bretanha, onde, apesar da introdução do controle da poluição, a porcentagem de mariposas melânicas ou de cor escura aumentou; e 4) a península de Wirral, onde a incidência de mariposas de cor escura começou a diminuir antes que as árvores se tornassem mais claras devido ao retorno dos líquens. É claro que, embora aclamada pelos cientistas como a mudança evolutiva mais espetacular já testemunhada (geneticista P. M. Sheppard) e o caso mais claro em que um processo evolutivo notável foi realmente observado (biólogo Sewall Wright), é evidente que ele não demonstra nada além de uma mudança proporcional no número de duas variedades de uma espécie de mariposa preexistente, não a criação de uma nova espécie. E, como se vê, as razões evolutivas hipotéticas para tais mudanças realmente não se ajustam aos fatos.

Capítulo 8 — Os Tentilhões de Darwin

Conceito Popular: Os tentilhões encontrados nas Ilhas Galápagos e nas Ilhas Cocos durante a viagem de cinco anos de Darwin (1831-1835) no H.M.S. Beagle são mencionados frequentemente nos livros didáticos como influentes em ajudá-lo a formular sua teoria da evolução. Observações posteriores realizadas durante os anos 1970 sobre as variações no tamanho dos bicos entre as quatorze espécies de tentilhões são consideradas como evidências para a teoria. [Imagem: Tentilhões de Darwin ou Tentilhões das Galápagos. Charles Darwin, 1845. Journal of researches into the natural history and geology of the countries visited during the voyage of H.M.S. Beagle round the world, under the Command of Capt. Fitz Roy (Revista das pesquisas sobre a história natural e a geologia dos países visitados durante a viagem do H.M.S. Beagle ao redor do mundo, sob o comando do capitão Fitz Roy), R. N. 2ª edição. Categorias representadas: 1. Geospiza magnirostris, 2. Geospiza fortis, 3. Geospiza parvula, agora Camarhynchus parvulus, 4. Certhidea olivacea].

Entendimento Atualizado: Os tentilhões das Galápagos não foram encarados por Darwin como significativos e tiveram pouco que ver com a formulação da teoria dele. O livro The Origin of the Species [A Origem das Espécies] nem mesmo os menciona e eles receberam apenas uma menção de passagem no diário da viagem do Beagle. O historiador de ciência Frank Sulloway observa que Darwin só tinha uma concepção limitada e amplamente errônea dos hábitos alimentares e da distribuição geográfica destes pássaros. Sobre a ideia de que estes pássaros vieram ao pensamento de Darwin ao desenvolver sua teoria, Sulloway escreveu que nada poderia estar mais longe da verdade. Estudos realizados na década de 1970 indicaram que a seleção natural favorecia aves com bicos maiores durante os períodos de seca, porque elas estavam melhor equipadas para se alimentar das sementes restantes, mais duras e maiores. No entanto, isso foi negado nos anos seguintes, quando o aumento das chuvas reverteu a direção das mudanças. No geral, não houve mudança evolutiva. E, em vez de continuar se ramificando em direções diferentes, como a evolução darwiniana previa, várias espécies agora parecem estar se mesclando por meio da hibridação.

Capítulo 9 — As Moscas-das-Frutas com Quatro Asas

Conceito Popular: Desde 1978, as moscas-das-frutas com quatro asas (Drosophila melanogaster) tornaram-se um meio cada vez mais popular de ilustrar como as mutações genéticas podem produzir mudanças em larga escala que afetam a morfologia ou a forma do corpo de um organismo. Sem tais mudanças morfológicas, é evidente que a evolução não poderia ocorrer. [Imagem: Comparação de uma mosca-das-frutas normal com uma de quatro asas. O terceiro segmento torácico se desenvolveu como duplicado do segundo devido a um gene homeótico defético. Na mosca normal, apenas o segundo segmento desenvolve asas.].

Entendimento Atualizado: As moscas-das-frutas com quatro asas não são um fenômeno natural, e sim o resultado de experimentos cuidadosos de reprodução envolvendo três linhagens de moscas mutantes mantidas artificialmente. Em vez de ser uma vantagem seletiva, o par extra de asas é uma desvantagem, pois elas não têm os músculos de vôo necessários para torná-las funcionais. Não há dúvida de que essas moscas são um testemunho da habilidade e engenhosidade dos geneticistas e fornecem informações valiosas sobre como o código genético afeta o desenvolvimento. Porém, elas não fornecem prova de que alterações genéticas ou mutações no DNA sejam suficientes para produzir o tipo de alteração necessária para provocar modificações evolutivas em larga escala que realmente melhorem o design do corpo de um organismo.

Capítulo 10 — Os Fósseis de Cavalos e Evolução Linear

Conceito Popular: Este ícone bem conhecido da evolução, que mostra o desenvolvimento linear de cavalos, desde o minúsculo Hyracotherium (Eohippus) até o grande animal dos dias modernos com um único dedo do pé, já foi rejeitado em grande parte desde os anos 1950 por paleontologistas neodarwinistas. Um diagrama de ramificação é agora preferido porque os evolucionistas querem desacreditar a ideia de ortogênese (derivada das palavras gregas para retaorigem) ou evolução linear. Se esta direção é considerada como tendo origem divina ou é gerada internamente pelo próprio organismo, os biólogos modernos (como era aparentemente verdadeiro no caso do próprio Darwin) querem colocar sua explicação em uma base puramente materialista que não permita qualquer tipo de orientação abrangente que possa sugerir forças não explicáveis em termos puramente físicos.

Entendimento AtualizadoA base para tentar desacreditar a ideia da ortogênese é de natureza filosófica, não empírica. O conceito de evolução não direcionada é anterior à teoria de Darwin e as evidências disponíveis hoje nem sequer o colocam em uma base científica sólida. A seleção natural que atua sobre mutações genéticas aleatórias é aceita agora como o processo pelo qual a evolução prosseguiu, mas, conforme demonstrado nos capítulos anteriores, as mariposas de Manchester, os tentilhões de Darwin e as moscas-das-frutas com quatro asas não conseguem demonstrar a eficácia desse mecanismo proposto. Além disso, apresentar a evolução do cavalo como uma árvore ramificada não desmente a evolução linear, pois ainda existe uma linha de descendência do Hyracotherium até o cavalo moderno. Ramos laterais extintos não mudam isso. (Isto não é argumentar que a evolução linear seja verdadeira, e sim apenas que alterar o diagrama da evolução dos cavalos não tem realmente o efeito pretendido pelos cientistas.). O ponto importante a ser destacado em conexão com o ícone dos cavalos fósseis é que as mudanças feitas nos últimos cinquenta anos ajudam a ilustrar como as ideias atuais sobre a evolução são filosofia materialista sob o disfarce de ciência empírica. Apesar disso, os livros didáticos modernos não hesitam em ensinar que a natureza aleatória, sem propósito e sem direção de toda a vida é um fato científico estabelecido em pé de igualdade com a física newtoniana ou a genética mendeliana.

Capítulo 11 — Do Macaco ao Humano: O Ícone Definitivo

Conceito Popular: O registro fóssil mostra como o homem moderno descendeu de criaturas primitivas semelhantes a macacos que evoluíram para se tornar cada vez mais semelhantes ao homem moderno ao longo dos séculos.

A implicação clara desse ícone da evolução é que o homem nada mais é que um animal resultante de um processo não direcionado. Esta imagem, talvez mais do que qualquer outra, retrata o conceito darwiniano do significado derradeiro de nossa existência.

Entendimento Atualizado: Embora elos de transição fraudulentos tenham sido apresentados em apoio à cadeia proposta da evolução humana (como o homem de Piltdown, que provou ser partes de um crânio humano e o fragmento alterado da mandíbula de um orangotango), parece que alguns fósseis genuínos pertencentes a criaturas primatas bípedes (ou hominídeos) foram encontrados ao longo dos anos. Entretanto, todas as evidências acumuladas desde a época de Darwin que se pensa terem relação com a evolução humana primitiva cabem em uma pequena caixa, de acordo com Henry Gee, Editor Chefe de Ciência da revista Nature. Além disso, o significado atribuído a estes fósseis fragmentários encontrados ao longo dos anos é, em grande parte, o produto da imaginação humana e de preconceitos filosóficos, em vez de ciência sólida. Isto foi bem ilustrado na própria revista pró-darwiniana National Geographic (março de 2000, pág. 140), quando quatro artistas foram convidados a fazer representações da criatura representada por sete fragmentos de ossos que se pensa serem de um ancestral pré-humano. As ilustrações (lançadas na parte de trás da revista em uma página não numerada entre os anúncios) mostram quatro representações bem diferentes, com características que variam de algo parecido com um gorila até um humano. (Veja a ilustração) Comentando sobre a dificuldade de conectar fósseis, Gee escreveu: Tomar uma linha de fósseis e afirmar que eles representam uma linhagem não é uma hipótese científica que possa ser testada, e sim uma afirmação que tem a mesma validade de uma história de ninar divertida, talvez até instrutiva, mas não científica. De maneira similar, o historiador de Oxford, John Durant, observou que as ideias das origens humanas se direcionam, num exame mais atento, a contar tanto sobre o presente quanto sobre o passado e tanto sobre nossa própria experiência como sobre a de nossos ancestrais remotos. Ele concluiu afirmando: “Do jeito que as coisas estão no momento, precisamos urgentemente desmitologizar a ciência.” O antropólogo da Universidade Estadual do Arizona, Geoffrey Clark, sugeriu em 1977 que a paleoantropologia [o estudo dos fósseis humanos] tem a forma, mas não a substância de uma ciência. Embora seja confessamente um evolucionista fervoroso, o filósofo canadense de biologia Michael Ruse é crítico da premissa darwinista por apresentar a filosofia como se fosse ciência. Ele escreveu: “Se as pessoas querem fazer uma religião da evolução, isso é com elas, mas devemos reconhecer quando as pessoas estão indo além da ciência estrita, movendo-se para alegações morais e sociais, concebendo sua teoria como um quadro que abrange o mundo. Com demasiada frequência, há um deslocamento da ciência para algo mais. Isto é claramente verdade no caso do ícone da evolução do macaco ao humano.

Conclusão

Ao atacar a evolução linear em seu livro Wonderful Life [Vida Maravilhosa], de 1989, o paleontólogo de Harvard, Stephen Jay Gould, escreveu na página 28:

“A iconografia da persuasão chega ainda mais perto do âmago do nosso ser do que as palavras. Todo demagogo, todo humorista, todo executivo de publicidade conhece e explora o poder evocativo de uma imagem bem escolhida.

Mas muitas de nossas imagens são encarnações de conceitos que se disfarçam como descrições neutras da natureza. Estas são as fontes mais poderosas de conformidade, uma vez que as ideias que passam como descrições nos levam a equiparar o especulativo com o que é inequivocamente fatual.”

Com que precisão as palavras dele descrevem a natureza e o impacto destes ícones populares da evolução! Sem dúvida, a especulação tem sido equiparada ao inequivocamente fatual no campo da evolução. Por exemplo, o neodarwinista Ernst Mayr, de Harvard, escreveu na edição de julho de 2000 da Scientific American: “Nenhuma pessoa educada questiona mais a validade da chamada teoria da evolução, que agora sabemos ser um fato simples.”

O famoso evolucionista Theodosius Dobzhansky, uma das principais figuras do desenvolvimento da síntese neodarwinista (a teoria atual), anunciou em 1973 que nada na biologia faz sentido, exceto à luz da evolução. Suas palavras serviram de grito de guerra nos esforços dos últimos trinta anos para suprimir qualquer evidência que pudesse pôr em questão os princípios do pensamento evolutivo moderno. Quem tenta fazer isso é denunciado por não entender como a ciência funciona ou por tentar introduzir religião na ciência. Wells contesta isso lindamente e conclui seu livro com estas palavras:

Como sabemos [que os ícones da evolução são verdadeiros]? Por causa da evidência? Não, porque Dobzhansky diz que nada na biologia faz sentido, exceto à luz da evolução.

Isto não é ciência. Isto não é busca da verdade. Isto é dogmatismo, e não deveria ser permitido dominar a pesquisa e o ensino científicos. Em vez de usar os ícones da evolução para doutrinar os estudantes na teoria darwiniana, deveríamos usá-los para ensinar aos estudantes como as teorias podem ser corrigidas à luz das evidências. Em vez de ensinar ciência no seu pior, deveríamos estar ensinando ciência no seu melhor.

E a ciência no seu melhor empenha-se pela verdade. Dobzhansky estava completamente errado, e também os que continuam a recitar o mantra anticientífico dele. Para um verdadeiro cientista, nada na biologia faz sentido, exceto à luz da evidência.

_______________________

CRÉDITOS DAS IMAGENS:

Capítulo 2 – Experiência de Urey-Miller: https://www.obichinhodosaber.com/ciencias-naturais-7o-a-terra-como-um-sistema/

Capítulo 3 – Árvore da Vida de Darwin: http://www.physorg.com/news92912140.html

Capítulo 4 – Membros superiores similares dos vertebrados: © Brooks Cole Publishing – uma divisão de Thomson Learning, 2002.

Capítulo 5 – Embriões de Haeckel: George J. Romanes, Darwinism Illustrated (Darwinismo Ilustrado), 1892, págs. 42, 43.

Capítulo 6 – Archaeopteryx: Wikipédia (domínio público).

Capítulo 7 – Mariposas de Manchester: https://askabiologist.asu.edu/activities/peppered-moth

Capítulo – Tentilhões de Darwin: Wikipédia (domínio público).

Capítulo 9– Moscas-das-frutas: https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/1995/press-release/

Capítulo 10 – Fósseis dos Cavalos: Encyclopædia Britannica (Enciclopédia Britânica), Vol. 20, 1911, pág. 586.

Capítulo 11 – Do Macaco ao Humano: Stephen Jay Gould, Wonderful Life: The Burgess Shale and the Nature of History (A Vida é Bela: Os Xistos de Burgess e a Natureza da História), pág. 30.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *