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Como Pode a Morte de Jesus Cristo Salvar Bilhões de Pecadores?

Muitos se perguntam: “Como pode a morte de uma pessoa, Jesus Cristo, salvar bilhões de pessoas de seus pecados?” Antes de respondermos biblicamente a esta questão, examinemos primeiramente como a raça humana veio a estar numa condição inerentemente pecaminosa. Há um princípio ilustrado no livro de Hebreus que nos ajuda a entender isso. Hebreus 7:4, 9 e 10 diz:

Considerai, pois, como era grande esse [Melquisedeque] a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos [de guerra]. / E, por assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste.”

O princípio ilustrado acima é que podemos dizer que uma pessoa ainda não nascida fez algo por meio das ações de um ancestral. Desta forma, quando Adão pecou por desobedecer ao mandamento de Deus, em princípio a inteira raça humana, ainda não nascida e nos lombos dele, pecou juntamente com ele e foi condenada à morte. Assim o apóstolo Paulo escreveu: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. / pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores.” – Gênesis 2:16, 17; 3:6, 17-19; Romanos 5:12, 19

Deus criou Adão sem pecados; mas devido à desobediência ele tornou-se um pecador. De modo que o Adão sem pecados, criado por Deus, não mais vivia, mas tinha, com efeito, sido assassinado por um Adão desobediente. A Lei dada por Deus à nação de Israel refletiu vários princípios divinos. Entre estes, um relevante para nossa discussão é que um assassino deve ser morto, “alma por alma” ou vida por vida. (Êxodo 21:12, 23, 24) O Adão sem pecados eventualmente morreu por seu pecado; mas a vida de um homem totalmente pecaminoso não serviria para restituir a vida sem pecado que havia sido perdida. O princípio da ‘vida por vida’ precisava ser satisfeito, mas não havia ninguém para pagar o preço. – Salmo 49:7-10

Por meio de intervenção divina, outra vida humana sem pecados veio ao mundo como descendente de Adão. Mas, como poderia a morte dessa pessoa aliviar a humanidade de sua sentença de morte, sem nenhuma esperança de ressurreição? Para ilustrar, façamos uma analogia:

Suponhamos que seu pai tomou emprestado um bilhão de reais. Depois de ter tomado emprestado esse valor, ele sofreu reveses financeiros que o deixaram completamente sem recursos. Sem nenhum dinheiro em caixa e tendo perdido o bilhão de reais, ele ficou irremediavelmente endividado. Daí ele morreu e você, seu filho, herdou a dívida dele. Um homem rico e compassivo fica sabendo de sua situação aflitiva e quita sua dívida. No que se refere à instituição que emprestou, você pagou e não está mais em débito. Mas na verdade você está endividado com o seu benfeitor.

Analogamente, de acordo com os princípios divinos, nosso antepassado, o desobediente Adão, passou a estar em débito, por ficar devendo uma vida humana sem pecados. Nós, os descendentes dele, herdamos esse débito. Mas nenhum de nós, nem mesmo todos juntos, poderíamos quitá-lo. (Romanos 3:23) Por meio duma concepção miraculosa, Jesus nasceu no mundo da humanidade como uma pessoa sem pecados, descendente de Adão. (Hebreus 2:14, 17; 4:15), herdando desta maneira o mesmo débito, o qual ele, sozinho era capaz de pagar. Jesus explicou isso desta maneira: “o Filho do Homem,… não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” Com este pagamento, nós fomos libertos dessa dívida perante o Juiz Universal. – Mateus 20:28; João 3:17, 18.

Jesus viveu toda a sua vida sem cometer nem sequer um pecado. Embora ele nunca tenha se casado ou tido filhos, ele era, teoricamente, capaz de gerar uma raça humana inteira de pessoas sem pecados, exatamente como Adão gerou uma raça humana inteira de pessoas pecaminosas. Assim, Paulo pôde chamar Jesus de “o último Adão” em 1 Coríntios 15:45. Ora, aplicando-se o princípio encontrado em Hebreus 7:9, 10, que discutimos acima, quando Jesus morreu na cruz, poderíamos até dizer que a raça humana em potencial de pessoas sem pecados estava ainda nos lombos dele, sendo morta com ele! É por isso que Paulo pôde escrever: “Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.” – 1 Coríntios 15:21, 22

Ocultos em Cristo, ficamos mortos para com a lei, mas vivificados para com Deus por meio dele, e livres de dívida. (Colossenses 3:3; Gálatas 2:19-21) De modo que Jesus tem o direito de estabelecer padrões para nós, perdoar nossos erros quando decaímos de seus padrões, mas requerer de qualquer um de nós o pagamento se falharmos em reconhecer a autoridade dele em nossas vidas. Sim, virá o dia em que haverá um ajuste de contas, incluindo a “vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus”, um dia no qual eles “sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder.” Sobreviverá você a esse dia? – 2 Tessalonicenses 1:8, 9.


Imagem em destaque: Fotografia – ypte.org.uk.

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