As mudanças no ensino sobre “esta geração”

O ensino na época de Russell

Originalmente, Charles Russell aplicava a geração à humanidade em geral – “pessoas vivendo contemporaneamente”. (Estudos das Escrituras – Volume 4 – O Dia de Vingança, pág. 603). Com relação ao início e término dela, ele considerou algumas possibilidades de aplicação. A geração poderia ter começado em 1780, estendendo-se por 100 anos até 1880. Ou poderia ter começado em 1833, terminando em 1933. Mas Russell preferiu entender a geração como um período fixo de uns 36 anos e meio, começando em 1878 e terminando em 1914:

TRADUÇÃO:

Uma “geração” pode ser considerada como equivalente a um século (praticamente o limite atual) ou cento e vinte anos, a duração da vida de Moisés e o limite bíblico. (Gênesis 6:3.) Contando-se cem anos a partir de 1780, a data do primeiro sinal, o limite chegaria a 1880; e, conforme nosso entendimento, todos os itens previstos tinham começado a se cumprir nessa data; – a “colheita”’ ou época do ajuntamento começando em outubro de 1874; a organização do Reino e a tomada por nosso Senhor de seu grande poder como Rei em abril de 1878, e o tempo de tribulação ou “dia da ira” que começou em outubro de 1874 e terminará em outubro de 1914; e o brotamento da figueira. Aqueles que escolherem podem, sem inconsistência, afirmar que o século ou geração poderia tanto ser contado a partir do último sinal, a queda das estrelas, quanto do primeiro, o escurecimento do sol e da lua: e um século com início em 1833 ainda estaria longe de acabar. Muitos que testemunharam o sinal da queda das estrelas estão vivos. Os que estão andando conosco na luz da verdade presente não estão esperando coisas futuras que já estão aqui, e sim esperando a consumação dos assuntos já em andamento. Ou, já que o Mestre disse: “Quando virdes todas essas coisas”, e uma vez que “o sinal do Filho do Homem no céu”, e o brotamento da figueira e o ajuntamento dos “eleitos” são contados entre os sinais, não seria inconsistente contar a “geração” de 1878 a 1914 — 36 anos e meio — a média aproximada da vida humana hoje.

(Estudos das Escrituras – Volume 4 – O Dia de Vingança, págs. 604, 605)

O ensino na época de Rutherford

Depois do fracasso de todas as previsões referentes a 1914, as publicações da organização deixaram de mencionar o assunto da geração por vários anos. Mas, em 1927, o Presidente Rutherford apresentou um novo entendimento. Em vez de aplicar-se à humanidade em geral e ser um período fixo e curto, o termo “geração” passou a ser aplicado unicamente aos “ungidos” na terra desde o primeiro século até o Armagedom

TRADUÇÃO:

Pergunta: Em Mateus 24:34 Jesus disse: “Em verdade vos digo, Esta geração não passará até que todas estas coisas se cumpram.” O que ele quis dizer com “esta geração”?

Resposta: Dificilmente se poderia afirmar que ele quis dizer qualquer ser humano que vivia na terra naquela época. Ele estava dando testemunho sobre coisas que sucederiam no fim do mundo. Isso estava muito longe. Nenhuma geração da raça humana já existiu sequer por mil anos. Segue-se, então, que Jesus deve ter querido dizer outra coisa. O que ele pode ter querido dizer? No Jordão, Jeová iniciou uma nova geração, uma nova criação, da qual Cristo Jesus é a Cabeça. Jesus selecionou doze discípulos, que estiveram com ele durante três anos e meio. Onze destes nós temos todas as razões para acreditar que constituem uma parte dessa nova criação. Em 1 Pedro 2:9 o apóstolo, falando à igreja naturalmente, refere-se aos que são fiéis. Portanto, a conclusão irresistível é que Jesus se referiu a nova criação quando disse: “Esta geração não passará até que todas estas coisas se cumpram.” Isto seria então uma forte indicação de que alguns membros da nova criação estarão na terra no momento do Armagedom.

(Revista A Torre de Vigia e Arauto da Presença de Cristo, 15 de fevereiro de 1927, pág.62)

O ensino durante a presidência de Knorr

No início da década de 1950, já sob a presidência de Nathan Knorr, o termo “geração” voltou a ser aplicado aos descrentes da humanidade em geral, e não mais aos “ungidos”. E, em vez de 1914 ser o término da geração (como Russell havia ensinado), o ano passava agora a marcar o início da geração:

A geração dos dias terrestres de Jesus não o viu desse modo chegar no poder do Reino. Mas essa geração foi uma ilustração profética. Tem a sua parte correspondente moderna na nossa geração desde 1914 E.C. em diante. Esta geração é a que vê o Filho do homem vindo com as nuvens do céu conforme predito por Daniel, porque em 1914, o ano que marca a terminação dos tempos dos gentios, Jeová Deus deu o Reino aquele a quem pertence o direito.

(Revista A Sentinela de 1 de janeiro de 1950, pág. 6)

O aspecto mais importante dessa mudança foi que o Armagedom deveria vir durante a existência das pessoas que estavam vivas em 1914. De 1950 a 1995, o número de anos abrangidos por uma geração foi mudado várias vezes, para fazer parecer que o fim era iminente toda vez que se escrevia alguma coisa sobre ele. Mas, uma ideia permaneceu inalterada: algumas pessoas que nasceram antes de 1914 iriam sobreviver ao Armagedom, sem nunca morrerem:

Algumas pessoas que viviam em 1914 E.C., quando começou a série de acontecimentos preditos, também estarão vivas quando tal série terminar no Armagedon. Todos os eventos virão dentro da extensão de uma geração. Há centenas de milhões de pessoas que agora vivem que estavam vivas em 1914, e muitos milhões destas pessoas podem ainda viver uns vinte ou mais anos. Exatamente quando a vida da maioria delas será aniquilada no Armagedon, não podemos dizer.

(Revista A Sentinela de 1 de novembro de 1953, pág. 176)

“Muitas serão as pessoas vivas desde 1914 que viverão quando chegar o tempo para o começo do Armagedon.”

(Livro Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado , 1959, pág. 205)

A profecia bíblica revela que vivemos atualmente no fim deste velho sistema de coisas. O cumprimento da grande profecia de Jesus, registrada em Mateus, capítulo 24, salienta isso de modo especial. Ela indica que a geração que presenciasse os eventos que ocorreram desde 1914 guerras mundiais, fomes, pestilências, terremotos, aumento da insubordinação e a pregação destas boas novas do reino de Deus — veria também o fim de toda a iniqüidade. O Armagedon, a batalha do grande dia de Deus, o Todo-poderoso, está próximo.

(Revista A Sentinela de 15 de novembro de 1962, pág 700)

Jesus falava obviamente sobre os que eram suficientemente idosos para testemunhar com entendimento o que ocorreu quando começaram os ‘últimos dias’.

(Revista Despertai! de 22 de abril de 1969, página 13)

NOSSA geração presenciará o fim da atual ordem assolada de pressões. …há até boa razão para se esperar que uma nova ordem de Deus possa começar na presente década… A geração que vivia em 1914, quando estas coisas principiaram a ocorrer já envelheceu agora.

(Revista Despertai! de 22 abril de 1972 pág. 26)

Assim, tratando-se da aplicação ao nosso tempo, a “geração”, logicamente, não se aplicaria aos bebês nascidos durante a Primeira Guerra Mundial. ”

(Revista A Sentinela de 15 de janeiro de 1979, pág. 32)

É a geração de pessoas que viram os eventos catastróficos que irromperam em conexão com a Primeira Guerra Mundial, a partir de 1914.

(Revista A Sentinela 15 de abril de 1981, pág. 31)

Se Jesus usou a palavra “geração” nesse sentido e se a aplicarmos a 1914, então os bebês daquela geração têm agora 70 anos ou mais.

(Revista A Sentinela de 15 de novembro de 1984, pág. 5)

Do mesmo modo hoje, a maior parte da geração de 1914 já desapareceu. Todavia, há ainda milhões de pessoas na terra que nasceram naquele ano ou antes disso.

(Revista Despertai! de 8 de abril de 1988, pág. 14)

Lembre-se do que Jesus disse sobre os que viveriam durante os últimos dias, a partir de 1914: “…esta geração de modo algum passará…” (Mat 24:34)

(Revista A Sentinela de 15 de abril de 1991, pág. 7)

1995: Portanto, hoje, no cumprimento final da profecia de Jesus, “esta geração” parece referir-se aos povos da terra que vêem o sinal da presença de Cristo, mas que não se corrigem. – A Sentinela de 1 de novembro de 1995, pág. 19

2008: “os fiéis irmãos ungidos de Cristo, a atual classe de João, reconhecem esse sinal como se fosse um relâmpago e entendem seu real significado. Como grupo, esses ungidos compõem a atual “geração” de contemporâneos que não passará “até que todas estas coisas ocorram”.” – A Sentinela de 15 de fevereiro de 2008, pág. 24

2010: “Como, então, devemos entender as palavras de Jesus a respeito de “esta geração”? Ele evidentemente queria dizer que a vida dos ungidos que estavam presentes quando o sinal começou a tornar-se evidente, em 1914, coincidiria em parte com a vida de outros ungidos que veriam o início da grande tribulação.” – A Sentinela de 15 de abril de 2010, pág. 10.

Imagem: O Reino de Deus Já Governa! (Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania, EUA), 2014, pág. 12

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