
1975: ‘O tempo apropriado para Deus agir’
Introdução
Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade. — Atos 1:7, NVI.
Durante a segunda metade da presidência de Rutherford, a maioria das profecias relacionadas com datas mais antigas, defendidas tão energicamente na primeira metade, foram gradualmente abandonadas ou remanejadas.
O início dos “últimos dias” foi mudado de 1799 para 1914.
A presença de Cristo em 1874 foi também mudada para 1914 (como já havia sido feito em 1922 com o início oficial da regência ativa do Reino de Cristo).
O começo da ressurreição foi mudado de 1878 para 1918.
Por algum tempo, afirmou-se até que 1914 havia de fato ocasionado o “fim do mundo” no sentido de que Deus havia encerrado ‘legalmente’ a concessão de domínio das nações mundanas sobre a terra. Isto foi também abandonado e o “fim” ou a “terminação do sistema de coisas” (conforme a versão da Tradução do Novo Mundo) é agora considerado como estando no futuro.
A organização pretende crer que os acontecimentos alistados tiveram cumprimento nos novos anos selecionados, mas como se trata inteiramente de cumprimentos invisíveis, é obvio que a aceitação de tais eventos depende inteiramente da fé da pessoa nas interpretações apresentadas. Depois de uma reunião do Corpo Governante, em que se suscitou a discussão destas profecias e as mudanças em suas datas, Bill Jackson me disse sorrindo: “Costumávamos dizer, você simplesmente retira a data deste ombro e a passa para o outro”.
Foi só depois da morte de Rutherford em 1942 que foi feita a mudança com respeito ao ano 606 A.E.C. como o ponto inicial dos 2.520 anos. Curiosamente, o fato de que os 2.520 anos a contar de 606 A.E.C. levavam na realidade a 1915 E.C., e não a 1914 E.C., não foi reconhecido ou considerado por mais de 60 anos.
Então, discretamente, o ponto inicial retrocedeu em um ano para 607 A.E.C., permitindo a manutenção do ano 1914 E.C. como o ponto final dos 2.520 anos. Nenhuma evidência histórica foi apresentada para indicar que a destruição de Jerusalém tinha ocorrido um ano antes do que se acreditava. O desejo da organização em reter 1914 como uma data marcada e apontada por eles durante tantos anos (algo que eles não haviam feito com 1915) ditou a antecipação da destruição de Jerusalém em um ano, uma coisa simples de se fazer — no papel.
A apresentação da nova data a ser aguardada
Em meados dos anos 40, tinha sido decidido que a cronologia usada durante as presidências de Russell e Rutherford estava errada em 100 anos com relação à contagem do tempo até a criação de Adão. Em 1966, a organização disse que, em vez de ocorrer em 1874 conforme ensinado anteriormente, o fim de seis mil anos de história humana chegaria em 1975.
Isto foi publicado em 1966 no livro escrito por Fred Franz, intitulado Vida Eterna — na Liberdade dos Filhos de Deus. No seu primeiro capítulo, o livro usava o arranjo do Jubileu, o qual havia também figurado com destaque nas predições relacionadas com 1925, e argumentava (como também se fizera lá naquela época) em favor da crença em seis “dias” de mil anos cada um, durante o qual a humanidade deveria passar pela imperfeição, a ser seguido por um sétimo “dia” de mil anos em que se restabeleceria a perfeição num grandioso jubileu de libertação da escravidão ao pecado, à doença e à morte. Dizia o livro nas páginas 27 a 29:
41 Desde o tempo de Ussher, fizeram-se estudos intensivos da cronologia bíblica. Neste século vinte, realizou-se um estudo independente que não acompanha cegamente certos cálculos cronológicos tradicionais da cristandade, e a tabela de tempo publicada, resultante deste estudo independente, fornece a data da criação do homem como sendo 4026 A.E.C. Segundo esta cronologia bíblica fidedigna, os seis mil anos desde a criação do homem terminarão em 1975 e o sétimo período de mil anos da história humana começará no outono (segundo o hemisfério setentrional) do ano de 1975 E.C.
42 Assim, seis mil anos da existência do homem na terra acabarão em breve, sim, dentro desta geração. Jeová Deus não tem limite de tempo, conforme está escrito no Salmo 90:1, 2: “Ó Jeová, tu mesmo mostraste ser uma verdadeira habitação para nós durante geração após geração. Antes de nascerem os próprios montes ou de teres passado a produzir como que com dores de parto a terra e solo produtivo, sim, de tempo indefinido a tempo indefinido, tu és Deus.” Portanto, do ponto de vista de Jeová Deus, a passagem destes seis mil anos da existência humana são apenas como que seis dias de vinte e quatro horas, pois este mesmo salmo (versículos 3 e 4) prossegue, dizendo: “Fazes o homem mortal voltar à matéria quebrantada e dizes: ‘Retornai, filhos dos homens.’ Pois mil anos aos teus olhos são apenas como o ontem que passou e como uma vigília durante a noite.” Assim, dentro de poucos anos em nossa própria geração atingiremos o que Jeová Deus poderia considerar como o sétimo dia da existência do homem.
Qual seria a importância disto? O livro passa a fazer esta aplicação dos pontos desenvolvidos:
43 Quão apropriado seria se Jeová Deus fizesse deste vindouro sétimo período de mil anos um período sabático de descanso e livramento, um grandioso sábado de jubileu para se proclamar liberdade através da terra a todos os seus habitantes! Isto seria muito oportuno para a humanidade. Seria muito apropriado da parte de Deus, pois, lembre-se de que a humanidade ainda tem na sua frente o que o último livro da Bíblia Sagrada chama de reinado de Jesus Cristo sobre a terra por mil anos, o reinado milenar de Cristo. Jesus Cristo, quando na terra há dezenove séculos, disse profeticamente a respeito de si mesmo: “Por que Senhor do sábado é o que é o Filho do homem.” (Mateus 12:8) Não seria por mero acaso ou acidente, mas seria segundo o propósito amoroso de Jeová Deus que o reinado de Jesus Cristo, o “Senhor do sábado”, correspondesse ao sétimo milênio da existência do homem.
Tinha a organização dito ‘sem rodeios’ que 1975 marcaria o início do milênio? Não. Mas o parágrafo acima constituía o clímax para o qual toda a argumentação complexa, cuidadosamente arquitetada, desse capítulo fora desenvolvida.
Não se fez nenhuma predição direta, absoluta, sobre 1975. Mas o autor se dispôs a declarar que seria “muito apropriado da parte de Deus” que Ele iniciasse o milênio nesse tempo específico. Pareceria razoável que, para um homem imperfeito dizer o que é e o que não é apropriado para o Deus Todo-Poderoso fazer, é necessário um alto grau de certeza, certamente diferente de ‘se expressar uma mera opinião’. A discrição requereria, ou melhor, exigiria que assim fosse. Ainda mais forte é a declaração seguinte de que “seria segundo o propósito amoroso de Jeová Deus que o reinado de Jesus Cristo, o ‘Senhor do sábado’, correspondesse ao sétimo milênio da existência do homem”, sétimo milênio esse que já se havia declarado como devendo começar em 1975.

Mais uma vez, o livro de história da organização intitulado Testemunhas de Jeová – Proclamadores do Reino de Deus (publicado em 1993) teve uma oportunidade de demonstrar a objetividade e a candura que seu Prefácio promete. Em uma apresentação muito breve da matéria, ele diz o seguinte (na página 104), tratando do congresso de 1966 no qual Fred Franz apresentou o novo livro que introduziu a informação sobre 1975:
No congresso realizado em Baltimore, Maryland, F. W. Franz deu o discurso concludente. Ele começou por dizer: “Pouco antes de eu subir à tribuna, um jovem se aproximou de mim e disse: ‘Diga-me, que significa esse 1975?’” O irmão Franz mencionou muitas perguntas feitas sobre se a matéria no novo livro queria dizer que em 1975 o Armagedom teria terminado, e Satanás estaria amarrado. Ele disse, em síntese: ‘Pode ser. Mas não estamos dizendo isso. Todas as coisas são possíveis a Deus. Mas não estamos dizendo isso. E que ninguém seja específico ao falar sobre o que irá acontecer a partir de agora até 1975. Mas, prezados irmãos, a grande questão é: o tempo é curto. O tempo está-se esgotando, não resta dúvida sobre isso.’
Nos anos que se seguiram a 1966, muitas Testemunhas de Jeová agiram em harmonia com o espírito do conselho dado. Todavia, outras declarações foram publicadas sobre esse assunto, e algumas foram provavelmente mais taxativas do que seria aconselhável. Isso foi reconhecido em A Sentinela de 15 de setembro de 1980 (página 17). Mas as Testemunhas de Jeová foram também acauteladas no sentido de se concentrarem principalmente em fazer a vontade de Jeová e não ficarem excessivamente preocupadas com datas e expectativas de pronta salvação.
Como é típico, a matéria cita a única declaração acauteladora feita na época. Ela reconhece que “outras declarações foram publicadas sobre esse assunto, e algumas foram provavelmente mais taxativas do que seria aconselhável”1 A vasta maioria dos atuais membros da organização entrou nela depois de 1975 e, desta forma, não tiveram a experiência de saber o que se seguiu. Eles não têm qualquer conhecimento do alcance e da intensidade da ênfase que foi dada ao ano de 1975 e o significado associado a esse ano. Mas os membros do Corpo Governante sabem. Pelo menos alguns dos que estão no Departamento de Redação devem ter lido e aprovado o que aparece no livro de história de 1993. Eles certamente sabem quão incompleto e caiado é o quadro que o livro oferece. O que aconteceu realmente?
Alimentando as expectativas
No ano seguinte, o número da revista Despertai! de 22 de abril de 1967 trazia um artigo intitulado “Quanto Tempo Ainda Levará?” e, sob o subtítulo “Os 6.000 Anos Terminam em 1975”, também raciocinava que o milênio seria os últimos 1.000 anos de um dia de descanso de 7.000 anos de Deus. Passou a dizer (página 20):
Por conseguinte, estarmo-nos aproximando do fim dos primeiros 6.000 da existência do homem é algo de grande significado.
Será que o dia de descanso de Deus decorre paralelamente ao tempo em que o homem tem estado na terra, desde sua criação? Parece que sim. Segundo as investigações mais fidedignas da cronologia bíblica, harmonizadas com muitas datas aceitáveis da história secular, descobrimos que Adão foi criado no outono do ano 4026 A.E.C. Em algum tempo naquele mesmo ano, Eva bem que poderia ter sido criada, logo após o que começou o dia de descanso de Deus. Em que ano, então, terminariam os primeiros 6.000 anos do dia de descanso de Deus? No ano de 1975. Isto é digno de nota, especialmente em vista de que os “últimos dias” começaram em 1914, e que os fatos físicos de nossos dias, em cumprimento da profecia, marcam esta como a última geração deste mundo iníquo. Por conseguinte, podemos esperar que o futuro imediato esteja cheio de eventos emocionantes para aqueles que depositam sua fé em Deus e em suas promessas. Isto significa que dentro de relativamente poucos anos testemunharemos o cumprimento das profecias restantes que têm que ver com o “tempo do fim”.
A Sentinela de 1º de novembro de 1968 continuou a estimular essa expectativa. Usando praticamente o mesmo argumento do último artigo citado, disse então (página 660):
O futuro imediato com certeza estará repleto de eventos climáticos, pois este velho sistema se aproxima de seu fim completo. Dentro de alguns anos, no máximo, as partes finais da profecia bíblica relativas a estes “últimos dias” terão cumprimento, resultando na libertação da humanidade sobrevivente para o glorioso reino milenar de Cristo. Que dias difíceis, mas, ao mesmo tempo, que dias grandiosos estão bem à frente! [O grifo é meu.]
Já se passaram mais de 50 anos desde que se escreveu isso. Alguém pode muito bem perguntar: O que significa a expressão “futuro imediato”? Quantos anos representam “alguns anos, no máximo”?
No artigo intitulado “O Que Trará a Década de 1970?”, a Despertai! de 22 de abril de 1969 enfatizava novamente a brevidade do tempo restante, dizendo no início (página 13):
O fato de que já se passaram quase cinqüenta e cinco anos do período chamado de ‘últimos dias’ é altamente significativo. Quer dizer que restam apenas alguns anos, no máximo, antes de o corrupto sistema de coisas que domina a terra ser destruído por Deus.
Mais adiante, recorrendo ao ano de 1975 como o encerramento dos seis mil anos da história humana, dizia o artigo (página 14):
Há outro meio que ajuda a confirmar que vivemos nos poucos anos finais deste “tempo do fim”. (Dan. 12:9) A Bíblia mostra que nos aproximamos do fim de 6.000 completos da história humana.
Vez após vez, as publicações da organização citaram declarações feitas por pessoas importantes ou “peritos” em qualquer área que fizessem alguma referência a 1975. Por exemplo, a declaração feita em 1960 pelo ex-secretário de estado dos Estados Unidos, Dean Acheson, que disse:
Sei o bastante do que está acontecendo para assegurar-lhes que, em quinze anos, a partir de hoje [portanto, 1975], este mundo será perigoso demais para se viver nele.
O livro Fome ― 1975! (em inglês), de dois peritos em alimentação, era citado repetidamente, em particular estas declarações:
Por volta de 1975, o mundo se confrontará com um desastre de magnitude sem precedente. Fomes, maiores do que qualquer outra na história, assolarão as nações subdesenvolvidas.
Prevejo uma data específica, 1975, quando a nova crise estará sobre nós em toda a sua importância aterradora.
Por volta de 1975, distúrbios civis, anarquia, ditaduras militares, inflação galopante, o colapso dos transportes e um tumulto caótico serão a ordem do dia em muitas nações famintas.
Três anos depois do enfoque original sobre 1975 no livro Vida Eterna na Liberdade dos Filhos de Deus, o autor, Fred Franz escreveu outra publicação intitulada A Paz de Mil Anos Que Se Avizinha.2 De certa forma, sua linguagem era ainda mais definitiva e específica do que a das publicações anteriores. Lançada em 1969, continha as seguintes declarações nas páginas 25 e 26:
Mais recentemente, pesquisadores sérios da Bíblia Sagrada verificaram novamente a sua cronologia. Segundo os seus cálculos, os seis milênios da vida da humanidade na terra terminariam nos meados da década de mil novecentos e setenta. Portanto, o sétimo milênio a partir da criação do homem por Jeová Deus começaria em menos de dez anos.
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A fim de que o Senhor Jesus Cristo seja ‘Senhor até do Sábado’, seu reinado de mil anos terá de ser o sétimo de uma série de períodos de mil anos ou milênios. (Mateus 12:8, Al) Seria assim um reinado sabático.
O argumento aqui é bem claro e direto: Assim como o sábado era o sétimo período em seqüência a seis períodos de labuta, o reinado de mil anos de Cristo será um sétimo milênio sabático em seqüência a esses seis mil anos de labuta e sofrimento. A apresentação não é de maneira alguma imprecisa ou ambígua. Conforme disse a página 26:
A fim de que o Senhor Jesus Cristo seja ‘Senhor até do Sábado’, seu reinado de mil anos terá de ser o sétimo de uma série de períodos de mil anos ou milênios.
Do mesmo modo como se determinava o que seria “apropriado” e “adequado” para Deus fazer, estabelecia-se agora também um requisito para Jesus Cristo. Para que ele seja o que diz que será, ‘Senhor até do sábado’, o seu reinado “terá de ser” então o sétimo milênio duma série de milênios. O raciocínio humano impõe este requisito ao Filho de Deus. Os seis mil anos terminariam em 1975; a regência de Cristo, de acordo com o argumento, “terá de ser o sétimo” período seguinte de mil anos. O “escravo fiel e discreto” tinha, com efeito, delineado o programa que ele esperava que seu Amo seguisse se é que ele havia de ser fiel à sua própria palavra.
Apesar de a redação ser mais comedida e as expressões mais refinadas, esta matéria é, em essência, extraordinariamente semelhante à apresentada no folheto do Juiz Rutherford, Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão, no qual ele fez afirmações que admitiu serem asininas. Com exceção da data de publicação, era como se alguém tivesse atrasado o relógio em cerca de meio século até os dias anteriores a 1925. A diferença era que as coisas ditas naquela época eram agora ditas com relação a 1975.3
Quando chegou a década de 70, a edificação de expectativa continuou. A Despertai! de 22 de abril de 1972 ainda falava novamente nos seis períodos de labuta e fadiga, seguidos por um sétimo período (sabático) de descanso, e na página 28, dizia:
Assim, ao nos aproximarmos do término de seis mil anos de existência humana, durante esta década, há emocionante esperança de que um grandioso Sábado de descanso e alívio se acha deveras às portas.
Relacionado a isso, havia, na página 27, o seguinte gráfico:

Todas estas declarações se destinavam claramente a fomentar e a edificar esperança e expectativa. Não se destinavam a acalmar ou desarmar um espírito de empolgada expectativa. É verdade que a maioria era acompanhada de alguma declaração moderadora no sentido de que ‘não estamos dizendo positivamente’ ou não estamos ‘apontando para uma data específica’, e de que ‘não sabemos o dia e a hora’. Mas, deve ser lembrado que a organização não era novata neste campo. Toda a sua história, desde precisamente seu próprio começo, tem sido do tipo que edifica a esperança das pessoas em certas datas só para vê-las passarem sem que a esperança se realize. Nos casos passados, as publicações da organização procuravam logo em seguida colocar a responsabilidade por alguma desilusão sobre os que recebiam a informação, não sobre os que a transmitiam, como estando inclinados a esperar demais. Seguramente, os homens responsáveis pela organização deveriam, então, ter se dado conta do perigo, ter compreendido como é a natureza humana e percebido quão facilmente se pode suscitar grandes esperanças.
Mesmo assim, enquanto evitavam cuidadosamente qualquer predição explícita no sentido de que uma data específica veria o início do milênio, esses homens responsáveis aprovaram o uso das expressões “dentro de relativamente poucos anos”, “o futuro imediato”, “dentro de, no máximo, alguns anos”, “apenas alguns anos, no máximo”, “os poucos anos finais”, todas usadas nas revistas A Sentinela e Despertai! com referência ao início do reinado milenar e todas dentro de um contexto que incluía a data de 1975. Significam estas palavras alguma coisa? Ou foram usadas de maneira desconexa, descuidada? São as esperanças, os planos e os sentimentos das pessoas algo com que se brincar? No entanto, A Sentinela de 15 de fevereiro de 1969, (página 116) deu até a entender que alguém deveria ser cuidadoso quanto a pôr excessiva confiança nas próprias palavras acauteladoras de Jesus.
35 Uma coisa é absolutamente certa, a cronologia bíblica, reforçada pela profecia bíblica cumprida, mostra que em breve, sim, dentro desta geração, acabarão seis mil anos da existência do homem! (Mateus 24:34) Portanto, este não é o tempo para se ser indiferente e complacente. Não é o tempo para se brincar com as palavras de Jesus de que “acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai”. (Mateus 24:36) Ao contrário, é o tempo em que se deve estar vivamente apercebido de que o fim deste sistema de coisas está chegando rapidamente ao seu término violento. Não se engane, basta que o próprio Pai saiba ‘o dia e a hora’!
Como poderia um “escravo fiel e discreto” dizer isto; dizer, com efeito, que, “Realmente, meu amo disse isso e aquilo, mas não deem muita importância; ao contrário, conscientizem-se de que o que lhes digo deve ser a força orientadora de suas vidas”?
Algumas das declarações mais diretas vieram do Departamento de Serviço da sede internacional, que produzia um periódico mensal chamado Ministério do Reino, destinado apenas às Testemunhas de Jeová e não ao público. O número de maio de 1968, (página 4) exortava a se entrar na atividade de pregação por tempo integral (“serviço de pioneiro”) dizendo:
Em vista do curto período de tempo que resta, desejamos fazer isso tão amiúde quanto as circunstâncias o permitam. Apenas pensem, irmãos, restam menos de noventa meses até que se completem os 6.000 anos da existência do homem na terra.
O número de julho de 1974, (páginas 3 e 4) do Ministério do Reino, referindo-se ao “pouco tempo que resta”, disse:
Receberam-se notícias a respeito de irmãos que venderam sua casa e propriedade e que planejam passar o resto dos seus dias neste velho sistema de coisas empenhados no serviço de pioneiro. Este é certamente, um modo excelente de passar o pouco tempo que resta antes de findar o mundo iníquo. — 1 João 2:17.
Um número considerável de testemunhas fez exatamente isso. Alguns venderam seus negócios, largaram seus empregos, venderam suas casas ou fazendas e se mudaram com suas esposas e filhos para outras áreas a fim de ‘servir onde houvesse mais necessidade’, confiando que tinham fundos suficientes para sustentá-los até 1975.
Outros, inclusive algumas pessoas de idade, converteram em dinheiro apólices de seguro ou outros certificados de valor. Alguns adiaram intervenções cirúrgicas na esperança de que a entrada do milênio eliminasse a necessidade de fazê-las.
Quando 1975 passou e seus fundos se esgotaram ou sua saúde piorou seriamente, tinham agora de tentar lidar com a dura realidade e reconstruir suas vidas do melhor modo possível.
Nos bastidores da organização
Qual era o pensamento dentro do Corpo Governante durante aquele período?
Alguns dos homens de mais idade do Corpo tinham experimentado pessoalmente as expectativas fracassadas de 1914, 1925, bem como as esperanças suscitadas no início dos anos quarenta. A maioria, pelo que pude observar, assumiu uma atitude de ‘esperar para ver’. Estavam relutantes em pedir moderação. Estavam ocorrendo grandes aumentos no número de seguidores da organização. Considere o registro de batismos correspondente ao período de 1960 até 1975:
| Ano | Número de Batizados | Ano | Número de Batizados |
| 1960 | 69.027 | 1968 | 82.842 |
| 1961 | 63.070 | 1969 | 120.805 |
| 1962 | 69.649 | 1970 | 164.193 |
| 1963 | 62.798 | 1971 | 149.808 |
| 1964 | 68.236 | 1972 | 163.123 |
| 1965 | 64.393 | 1973 | 193.990 |
| 1966 | 58.904 | 1974 | 297.872 |
| 1967 | 74.981 | 1975 | 295.073 |
Desde 1960 até 1966, o índice de crescimento havia se reduzido, quase parado. Mas depois de 1966, quando se passou a dar publicidade a 1975, houve um período de crescimento fenomenal como mostra a tabela.
Durante os anos de 1971 a 1974, enquanto eu estava servindo no Corpo Governante, não me lembro de ter ouvido nenhuma manifestação de séria preocupação por parte dos membros do Corpo com relação às expectativas suscitadas que haviam sido criadas. Não quero dizer que eu mesmo não tenha me sentido inicialmente empolgado em 1966, quando saiu o livro Vida Eterna na Liberdade dos Filhos de Deus com seu quadro brilhante da proximidade de um jubileu milenar. Nem iria alegar que não tive qualquer participação na etapa inicial da campanha que concentrava a atenção na data alvo de 1975.
Mas cada ano que passava, de 1966 em diante, fazia a ideia parecer cada vez mais irreal. Quanto mais eu lia as Escrituras, mais fora de harmonia parecia todo o conceito; não se enquadrava com as declarações do próprio Jesus Cristo, tais como:
Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai.
Portanto, mantende-vos vigilantes, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.
Por esta razão, vós também mostrai-vos prontos, porque o Filho do Homem vem numa hora em que não pensais.
Persisti em olhar, mantende-vos despertos, pois não sabeis quando é o tempo designado.
Não vos cabe obter conhecimento dos tempos ou das épocas que o Pai tem colocado sob a sua própria jurisdição.4
Como membro do pessoal da sede de uma organização que transbordava de alegria por deslizar sobre a onda de um crescimento extraordinário, contudo, não havia muito que se pudesse fazer. Eu procurava moderar alguns artigos que vinham a mim para serem editados, mas isso era praticamente tudo. Em minha atividade pessoal, procurava chamar atenção para os versículos bíblicos que acabei de mencionar, tanto em conversas particulares como em discursos públicos.
Certo domingo à noitinha em 1974, depois de minha esposa e eu havermos retornado de um compromisso de discurso em outra parte do país, meu tio, então vice-presidente, veio até nosso quarto. (Como a vista dele estava extremamente fraca, costumávamos ler a matéria de estudo de A Sentinela em voz alta para ele toda semana.) Minha esposa mencionou para ele que, em meu discurso daquele final de semana, eu tinha advertido os irmãos contra ficarem indevidamente empolgados em relação a 1975. Sua resposta imediata foi: “E por que não deveriam ficar empolgados? É algo com que se empolgar”.
Não há nenhuma dúvida em minha mente de que, de todos os membros do Corpo Governante, o vice-presidente era o mais convencido da exatidão do que ele escrevera e sobre o qual outros haviam construído. Noutra noitinha, no verão de 1975, um irmão grego de idade avançada chamado Peterson (originalmente Papagyropoulos) participou de nossa leitura, como era seu costume. Depois da leitura, meu tio disse a Peterson: “Sabe, tudo isso lembra muito 1914. Tudo estava calmo até os meses de verão. Então, de repente, as coisas começaram a acontecer e estourou a guerra.”
Antes disso, no início de 1975, o presidente Knorr havia feito uma viagem ao redor do mundo, levando consigo o vice-presidente Franz. Os discursos do vice-presidente em todos os países visitados giravam em torno de 1975. Ao retornarem, os outros membros do Corpo Governante, tendo ouvido relatos procedentes de muitos países sobre o efeito emocionante do discurso do vice-presidente, pediram para ouvir uma gravação dele feita na Austrália.5
Em seu discurso, o vice-presidente falou de 1975 como um “ano de grandes possibilidades, tremendas probabilidades”. Disse a sua assistência que, de acordo com o calendário hebraico, estavam “já no quinto mês lunar de 1975”, restando menos de sete meses lunares. Ele enfatizou também várias vezes que o ano hebraico se encerraria com o Rosh Hashana, o Ano Novo Judaico, em 5 de setembro de 1975.
Reconhecendo que teria de acontecer muita coisa nesse curto período se é que o desfecho final estava para vir nessa ocasião, ele passou a falar sobre a possibilidade de uma diferença de mais ou menos um ano devido a algum lapso de tempo entre a criação de Adão e a criação de Eva. Fez referência ao fracasso das expectativas em 1914 e 1925 e citou a observação de Rutherford, “fiz papel de asno”. Disse que a organização tinha aprendido a não fazer “predições muito audaciosas e extremas”. Chegando ao final, exortou seus ouvintes, no entanto, a não adotarem uma visão indevida e imaginarem que a vindoura destruição pudesse estar a “anos no futuro”, e focalizar sua atenção em outros assuntos, tais como casar-se e cuidar de uma família, desenvolver um excelente empreendimento comercial ou passar anos na faculdade em algum curso de engenharia.
Depois de escutar a fita, alguns membros do Corpo Governante expressaram preocupação no sentido de que, sem dúvida, se nenhuma predição “muito audaciosa e extrema” estava sendo feita, algumas predições sutis estavam sendo feitas e o efeito era evidente de modo palpável na empolgação que se gerou.
Esta foi a primeira vez que se expressou preocupação nas discussões do Corpo Governante. Mas não se adotou nenhuma medida, nem se decidiu nenhuma diretriz a respeito. O vice-presidente repetiu muitos dos pontos do mesmo discurso em 2 de março de 1975, na formatura da Escola de Gileade que se seguiu.6
Depois de 1975
1975 passou – como haviam passado 1881, 1914, 1918, 1920, 1925 e os anos 40. Deu-se muita publicidade por parte de outras pessoas quanto ao fracasso das expectativas da organização em torno de 1975. Houve muita conversa a respeito entre as próprias Testemunhas de Jeová. Em minha opinião, a maior parte do que se disse não tocou no ponto principal da questão.
Senti que a verdadeira questão ia muito além da exatidão ou falta de exatidão de algum indivíduo, ou até da confiabilidade ou falta de confiabilidade de uma organização, ou da sensatez ou credulidade de seus membros. Pareceu-me que o fator realmente importante era como tais predições refletiam finalmente sobre Deus e a sua Palavra. Quando os homens fazem tais prognósticos e dizem que o estão fazendo com base na Bíblia, engendrando argumentos para eles com a Bíblia, afirmando que são o “canal” de comunicação de Deus; qual é o resultado quando seus prognósticos se provam falsos? Honra a Deus ou edifica a fé nele e na confiabilidade de sua Palavra? Ou resulta no contrário? Não dá isso motivo adicional a alguns para se sentirem justificados em dar pouca importância à mensagem e aos ensinos da Bíblia? Aquelas Testemunhas que fizeram grandes mudanças em suas vidas podiam, na maioria dos casos, recolher os destroços, e de fato o fizeram, e prosseguir vivendo apesar de sentirem-se desiludidas. Nem todas conseguiram fazê-lo. Contudo, seja qual for o caso, causou-se sério prejuízo em mais de uma maneira.
Em 1976, um ano depois da passagem daquela data amplamente anunciada, uns poucos membros do Corpo Governante começaram a insistir em que se deveria fazer alguma declaração reconhecendo que a organização havia se equivocado, que tinha estimulado falsas expectativas. Outros disseram que achavam que não se deveria fazê-lo, que isso “serviria apenas de munição para os opositores”. Milton Henschel recomendou que o procedimento sábio a seguir seria simplesmente não suscitar o assunto e que, com o tempo, os irmãos deixariam de falar sobre ele. Não havia, evidentemente, apoio suficiente favorecendo a aprovação desta moção. Um artigo em A Sentinela de 15 de janeiro de 1977 fez realmente referência às expectativas não cumpridas, mas o artigo teve de se harmonizar com o sentimento prevalecente dentro do Corpo Governante e não foi possível nenhum reconhecimento claro da responsabilidade da organização.
Em 1977, o assunto surgiu novamente numa reunião. Apesar de se levantarem as mesmas objeções, aprovou-se uma moção no sentido de que se deveria incluir uma declaração em um discurso de congresso que Lloyd Barry estava incumbido de preparar. Meu entendimento é que, mais tarde, os membros do Corpo Governante Ted Jaracz e Milton Henschel conversaram com Lloyd sobre sua opinião acerca do assunto. Qualquer que tenha sido o caso, não se incluiu nenhuma menção a 1975 na preparação do discurso. Recordo-me de ter perguntado a Lloyd sobre isso e a sua resposta foi que ele simplesmente não tinha conseguido encaixá-la em seu tema. Passaram-se quase dois anos e, então em 1979, o Corpo Governante voltou a considerar o assunto. Nessa época, tudo indicava que 1975 tinha produzido uma séria brecha de credibilidade.
Certo número de membros do pessoal da sede se expressaram nesse sentido. Alguém descreveu 1975 como um “albatroz” rondando em volta de nossos pescoços. Robert Wallen, um secretário do Corpo Governante, escreveu o seguinte:
Estou associado como Testemunha batizada há mais de 39 anos e, com a ajuda de Jeová, continuarei a ser um servo leal. Mas, dizer que não estou decepcionado seria uma mentira, pois eu sei que meus sentimentos com relação a 1975 foram nutridos em razão daquilo que li em várias publicações e quando sou efetivamente informado de que cheguei às falsas conclusões por mim mesmo, sinto que isso não está sendo justo ou honesto. Sabendo que não estamos tratando com a infalibilidade, para mim o correto só pode ser que, sempre que homens imperfeitos, porém tementes a Deus, cometerem erros, sejam feitas então as correções quando os erros forem encontrados.
Raymond Richardson, do Departamento de Redação, disse:
Não são as pessoas atraídas pela humildade e não estão mais dispostas a depositar confiança onde há candura? A própria Bíblia é o maior exemplo de candura. Esta é uma das razões mais destacadas para acreditarmos que ela seja veraz.
Fred Rusk, também do Departamento de Redação, escreveu:
Apesar de quaisquer declarações atenuadoras que possam ter sido feitas ao longo do caminho a fim de alertar os irmãos para não dizerem que o Armagedom viria em 1975, o fato é que houve uma quantidade de artigos nas revistas e outras publicações que faziam mais do que insinuar que o velho sistema seria substituído pelo novo sistema de Jeová em meados dos anos setenta.
Merton Campbell, do Departamento de Serviço, escreveu:
Outro dia uma irmã me telefonou de Massachusetts. Ela estava no trabalho. Tanto a irmã como o marido dela estão trabalhando para pagar as contas que haviam se acumulado devido a enfermidade. Ela expressou que se sentira tão confiante de que 1975 traria o fim, que ambos estavam tendo dificuldade em fazer frente aos fardos deste sistema. Este exemplo é típico de muitos dos irmãos que nós encontramos.
Harold Jackson, também do Departamento de Serviço, disse:
O que se precisa agora não é de uma declaração no sentido de que estávamos equivocados com relação a 1975, mas sim de uma declaração explicando por que todo o assunto tem sido passado por alto por tanto tempo, já que tantas vidas têm sido afetadas. Confrontamo-nos agora com uma brecha de credibilidade e essa pode provar-se desastrosa. Se formos dizer absolutamente alguma coisa, falemos de maneira direta e sejamos francos e honestos com os irmãos.
Howard Zenke, do mesmo departamento, escreveu:
Não queremos certamente que os irmãos leiam ou escutem alguma coisa e depois digam em suas próprias mentes que essa forma de tratar o assunto que temos adotado seja equivalente a um ‘Watergate’ [um caso de escândalo político na capital dos EUA que culminou na renúncia forçada do presidente Nixon].
Outros fizeram comentários similares. Ironicamente, alguns que expressavam nessa ocasião as mais severas críticas haviam estado entre os mais exaltados antes de 1975 em enfatizar essa data e a extrema “urgência” que ela evocava, tendo até escrito alguns dos artigos anteriormente citados e aprovado as declarações no Ministério do Reino recomendando aqueles que estavam vendendo suas casas e propriedades, à medida que 1975 se aproximava. Muitas das declarações mais dogmáticas acerca de 1975 foram feitas por representantes viajantes (superintendentes de circuito e distrito), todos os quais estavam sob a supervisão direta do Departamento de Serviço.
Na reunião do Corpo Governante de 6 de março de 1979, apresentaram-se os mesmos argumentos contra publicar-se qualquer coisa ; de que isso exporia a organização a mais críticas por parte de opositores, que nesta hora tão tardia, não havia necessidade alguma de se apresentar um pedido de desculpas, que não se conseguiria nada com isso. Todavia, até mesmo aqueles que argumentavam neste sentido o faziam com menos intensidade que em reuniões anteriores. Isto se devia particularmente a um fator: as cifras mundiais haviam registrado sérios decréscimos durante dois anos.
Os relatórios anuais sobre o número total dos participantes na atividade de testemunho revelam o seguinte:
| Ano | Total dos que Relataram Atividade | % de Aumento sobre o Ano Anterior |
| 1970 | 1.384.782 | 10,2 |
| 1971 | 1.510.245 | 9,1 |
| 1972 | 1.596.442 | 5,7 |
| 1973 | 1.656.673 | 3,8 |
| 1974 | 1.880.713 | 13,5 |
| 1975 | 2.062.449 | 9,7 |
| 1976 | 2.138.537 | 3,7 |
| 1977 | 2.117.194 | -1,0 |
| 1978 | 2.086.698 | -1,4 |
Esta diminuição, mais do que qualquer outro fator, parecia ter influenciado os membros do Corpo Governante em sua posição. Houve uma votação de 15 a 3 a favor de fazer-se uma declaração expressando pelo menos algum reconhecimento quanto à parcela de responsabilidade da organização pelo erro. Isto foi publicado em A Sentinela de 15 de setembro de 1980.
Levou quase quatro anos para que a organização, através de sua administração, admitisse finalmente que estivera errada, que havia, durante toda uma década, criado falsas esperanças. Não é que uma declaração tão franca, ainda que verdadeira, não pudesse ser feita. O que quer que fosse escrito tinha de ser aceitável para o Corpo como um
todo a fim de ser publicado. Eu sei disso porque fui designado para redigir a declaração e, como em casos similares no passado, eu tive de me conduzir; não por aquilo que eu gostaria de ter dito ou até por aquilo que eu achasse que os irmãos precisavam ouvir; mas por aquilo que pudesse ser dito de modo a receber a aprovação de dois terços do Corpo Governante quando lhe fosse apresentado.
Atualmente, toda aquela longa década em que se criou esperanças focalizadas em 1975 é desconsiderada como não tendo qualquer importância significativa. A essência das palavras de Russell em 1916 é novamente expressa pela organização: Isso “teve certamente um efeito muito estimulante e purificador sobre milhares, todos os quais podem louvar o Senhor – até pelo erro.
Notas
1 – Em uma nota de rodapé, o livro Proclamadores citou certas publicações como evidência de outras declarações acauteladoras. Só uma delas apareceu na década de 1960 (A Sentinela de 1º de novembro de 1968), e, como foi o caso das outras declarações acauteladoras envolvendo predições anteriores, as outras duas foram publicadas quando 1975 já estava iminente ou em curso (as Sentinelas de 15 de dezembro de 1974 e 1.° de novembro de 1975). Daí a nota de rodapé volta para antes do lançamento do livro que anunciava 1975 e cita o livro de 1963 (em inglês), intitulado “Toda a Escritura É Inspirada por Deus e Proveitosa”, que declara: “Não adianta usar a cronologia bíblica para especular sobre datas que se acham no futuro na corrente do tempo. — Mat. 24:36.” A nota não explica por que o autor do livro que apontava para 1975 em conexão com o início do milênio falhou de maneira tão flagrante em seguir o princípio declarado três anos antes.
2 – A mesma matéria apareceu também no número de 15 de abril de 1970, páginas 238, 239 de A Sentinela. Índices mais recentes das publicações da organização, porém, não a alistam sob o título “1975”, simplesmente ignorando-a apesar da intensa ênfase que se deu a essa data.
3 – É verdade que (na página 27) usa-se a expressão menos específica “em meados dos anos setenta”, mas o ano 1975 já havia sido apresentado como uma data biblicamente marcada e esta data estava agora firmemente gravada na mente de todas as Testemunhas de Jeová por toda a terra.
4 – Citado de Mateus 24:36, 42, 44; Marcos 13:33; Atos 1:7.
5 – Isto aconteceu na sessão de 19 de fevereiro de 1975.
6 – Veja A Sentinela de 15 de setembro de 1975, página 552.
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