Foi o nome “Jeová” usado originalmente no Novo Testamento?
Resumo
As Testemunhas de Jeová ensinam que os cristãos apóstatas removeram o nome Jeová da Bíblia e que a “restauração” desse nome na Bíblia e seu uso constante pelas Testemunhas de Jeová as identificam como os verdadeiros cristãos. Porém, há muita evidência de que os escritores do Novo Testamento não usaram o nome Jeová.
O Que a Liderança das Testemunhas de Jeová Ensina
Como o próprio nome da organização indica, as Testemunhas de Jeová consideram o nome Jeová um aspecto fundamental de sua religião. Elas afirmam que o nome da religião e o uso regular que fazem do nome Jeová na conversação e na adoração as identificam como os únicos cristãos verdadeiros. (Essa afirmação específica é analisada no artigo É o uso do nome “Jeová” uma marca distintiva dos verdadeiros cristãos?) A principal base para essa afirmação é o uso do nome na Bíblia. Aqui, as Testemunhas de Jeová se opõem à prática comum na maioria das traduções da Bíblia de usar substitutos para o nome divino no Antigo Testamento. A maioria das versões geralmente usa “Senhor” e, ocasionalmente, “Deus” no lugar do nome hebraico, que é comumente expresso como Jeová.
As Testemunhas de Jeová consideram essa prática de usar títulos ou palavras substitutas para o nome divino não só um erro, como também um sinal de apostasia. Elas acusam os apóstatas de “removerem o nome de Deus” da Bíblia, tanto nos manuscritos gregos do Novo Testamento como nas traduções da Bíblia. Esta é uma acusação que aparece incessantemente nas publicações das Testemunhas de Jeová. Aqui está um exemplo:
O nome de Deus foi removido de inúmeras traduções da Bíblia e substituído por títulos, como “Senhor” e “Deus”. Essa é uma das coisas mais tristes e repreensíveis feitas em nome da religião.
Livro Achegue-se a Jeová (2014), pág. 8.
Essa crítica às traduções da Bíblia se aplica especificamente às traduções do Antigo Testamento, visto que o nome YHWH (Iavé, comumente traduzido como Jeová) aparece nos manuscritos hebraicos do Antigo Testamento, mas geralmente é traduzido como “SENHOR” (ou ocasionalmente “DEUS”). As Testemunhas de Jeová culpam os cristãos apóstatas pela ausência de ocorrências do nome Jeová nos manuscritos gregos do Antigo e do Novo Testamento. A liderança delas argumenta que “a tradição de remover o nome divino dos manuscritos gregos desonra a Deus e, pelo visto, surgiu só mais tarde”, por volta do século seguinte à época dos apóstolos. (A Sentinela de 1° de agosto de 2008, pág. 22).
“Cristãos apóstatas do segundo e terceiro séculos removeram-no ao fazer cópias dos manuscritos bíblicos gregos e omitiram-no ao fazer traduções da Bíblia.”
Brochura O Nome Divino Que Durará Para Sempre (1984), pág. 27.
O problema no Novo Testamento, segundo as Testemunhas de Jeová, é que os copistas que transmitiram o texto em grego no segundo ou terceiro século removeram o nome divino ao fazerem novas cópias. A liderança delas procurou corrigir o problema “restaurando” o nome Jeová no Novo Testamento em 237 lugares em sua Tradução do Novo Mundo, publicada originalmente em 1950.
As Testemunhas de Jeová apresentam duas linhas de argumentação em defesa do uso do nome Jeová no Novo Testamento. A primeira linha de argumentação é textual. Elas sustentam que a Septuaginta — a antiga tradução para o grego dos escritos hebraicos do Antigo Testamento — originalmente usava o nome YHWH. Em particular, afirmam que a Septuaginta, durante o período dos apóstolos no primeiro século, usava o nome YHWH e, portanto, o nome estava na versão do Antigo Testamento comumente usada pelos apóstolos (que escreveram o Novo Testamento em grego).
A segunda linha de argumentação delas é teológica. As Testemunhas de Jeová citam vários textos do Novo Testamento (por exemplo, Mateus 6:9; João 5:43; 17:6; Atos 15:14) para demonstrar que Jesus e os apóstolos usavam e reverenciavam o nome Jeová. Infere-se dessas declarações no Novo Testamento que nem Jesus nem os apóstolos teriam tolerado a prática de usar títulos substitutos como “Senhor” ou “Deus” no lugar do nome divino Jeová.
Neste artigo, examinaremos as questões textuais relativas ao Antigo e ao Novo Testamento. O já citado artigo É o uso do nome “Jeová” uma marca distintiva dos verdadeiros cristãos? discute as questões teológicas. Nosso tratamento das questões textuais será introdutório; um exame completo de todas as alegações e contra-alegações feitas sobre vários pontos relevantes exigiria um livro — e esse livro só seria totalmente compreensível para pessoas versadas no estudo das línguas bíblicas antigas. Porém, as questões fundamentais podem ser respondidas de forma bem adequada e confiável, sem precisarmos nos deter em minúcias.
Qual é o Nome Divino?
O nome hebraico distintivo para o Deus de Israel, o Criador do mundo, é expresso nos textos hebraicos do Antigo Testamento como יהוה. Escritores desde a antiguidade se referem a esse nome especial pelo termo técnico tetragrama (que significa literalmente “quatro letras”). As quatro letras lidas da direita para a esquerda (como é o caso das demais palavras do idioma hebraico) seriam representadas em idiomas alfabéticos modernos pelas quatro letras Y, H, W, H, e, portanto, o nome é transliterado para os idiomas alfabéticos como YHWH. O hebraico antigo não usava letras que chamaríamos de vogais; o leitor reconheceria as palavras pelo contexto e, dessa forma, saberia quais vogais usar ao ler em voz alta.
Como será explicado a seguir, a pronúncia exata do nome YHWH tornou-se incerta nos séculos posteriores à era do Antigo Testamento. Até o século 20, o nome era mais comumente representado em inglês como Jehovah, uma forma que apareceu pela primeira vez no século 13 (como Jehova). (A letra J era pronunciada como Y ou I na era medieval.) Por fim, o nome Jehovah encontrou seu lugar em algumas versões em inglês, proeminentemente em sete trechos na versão Rei Jaime (como o nome de Deus, Êxo. 6:3; Sal. 83:18; Isa. 12:2; 26:4, e como partes de outros nomes, Gen. 22:14; Êxo. 17:15; Jui. 6:24). Devido à enorme influência da Versão Rei Jaime, a forma Jehovah ganhou popularidade como a forma anglicizada padrão do nome. A American Standard Version (Versão Americana Padrão) de 1901 (precursora da popular NASB[Nova Bíblia Padrão Americana]) usou o nome Jehovah consistentemente em todo o Antigo Testamento. No entanto, desde meados do século 20, existe, a bem dizer, um consenso entre os eruditos de que a forma hebraica seria representada com mais precisão em inglês pela palavra de duas sílabas Yahweh. Essa forma do nome encontra-se em algumas versões em inglês, principalmente na Bíblia Nova de Jerusalém (1985) e na versão bíblica inglesa Lexham (2012). [NT: A Bíblia de Jerusalém em português apresenta a forma Iahweh).
A razão de a pronúncia do nome YHWH ter se tornado incerta é que os judeus antigos e medievais evitavam pronunciá-lo em voz alta. Na época em que os escribas medievais adicionavam pontos vocálicos (pequenos pontos e traços acima e abaixo das consoantes) para auxiliar na leitura do texto hebraico em voz alta, a pronúncia exata do nome era bem incerta. A maioria (não todos) dos estudiosos acredita que os pontos vocálicos que aparecem nesses manuscritos hebraicos medievais do Antigo Testamento em torno do nome YHWH são, na verdade, os pontos vocálicos de outra palavra, adonai (“Senhor”), que os judeus diziam em voz alta sempre que se referiam a YHWH no texto. Quando você usa essas vogais como parte do nome YHWH, o que se obtém é uma forma de três sílabas, Yahowah — que pode ser a origem da forma Jeová. Mesmo isso, no entanto, é contestado.
Para os nossos propósitos, provavelmente não importa como o nome era pronunciado originalmente . A grafia “Jeová” é perfeitamente aceitável ao traduzir o hebraico YHWH. Concordamos com o argumento das Testemunhas de Jeová de que, se os cristãos de língua inglesa podem usar a forma Jesus em lugar do nome hebraico Yeshua (por exemplo), então podem usar Jehovah em vez de Yahweh (ou qualquer que fosse a pronúncia original). A forma Jehovah é encontrada não só na versão Rei Jaime, como também em hinos cristãos ortodoxos, em edifícios de igrejas e na literatura cristã sólida. Só se as Testemunhas de Jeová afirmassem que Jehovah é a única grafia e pronúncia corretas é que a posição delas sobre isso estaria sujeita a críticas. Porém, elas não fazem essa afirmação.2 Portanto, discordamos respeitosamente de outros autores cristãos evangélicos que criticaram a posição do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, dizendo que, se eles quisessem insistir em usar o nome divino, então deveriam usar a forma Yahweh.
O Nome Divino nas Versões do Antigo Testamento em Grego, produzidas na Antiguidade
A versão mais antiga e influente em grego do Antigo Testamento foi produzida em meados do século 3 AC por judeus em Alexandria e era uma tradução específica do Pentateuco (Gênesis a Deuteronômio). Ao longo dos dois séculos seguintes, judeus de língua grega produziram traduções do restante das Escrituras Hebraicas (o que os cristãos mais tarde chamaram de Antigo Testamento). Essas traduções mais antigas, pré-cristãs, do Antigo Testamento são convencionalmente chamadas de “Septuaginta”, embora esse nome, estritamente falando, se referisse à primeira versão grega do Pentateuco. Estudiosos comumente se referem à Septuaginta pela abreviatura LXX (“70” em algarismos romanos), refletindo a história tradicional de sua produção por 70 tradutores judeus (na verdade, foram 72).
Até o século 20, praticamente todas as cópias conhecidas da Septuaginta eram cópias antigas feitas por cristãos como parte de sua Bíblia (a partir do século 4 DC). Nessas cópias, o nome YHWH era geralmente representado usando a palavra grega κύριος (kurios), que significa “Senhor”. Essa prática continuou em versões do Antigo Testamento produzidas em latim e em outras línguas (incluindo o português), até os dias atuais. Na maioria das versões em inglês, para indicar que o termo “Senhor” substitui o nome hebraico YHWH (em vez de uma palavra hebraica que significa literalmente “senhor”), o termo é escrito com todas as letras em caracteres maiúsculos, “SENHOR”.
Enquanto isso, ao longo dos últimos dois milênios, os judeus evitaram pronunciar o nome YHWH em voz alta ou mesmo escrevê-lo (exceto ao fazer cópias da própria Bíblia Hebraica), geralmente dizendo “Senhor” (em hebraico, Adonai) em lugar do nome. Assim, as versões judaicas padrão da Bíblia em inglês, principalmente a versão produzida pela Jewish Publication Society (Sociedade Publicadora Judaica) em 1917 e sua versão mais recente em 1985, seguem a mesma prática de usar “Senhor” no lugar do nome divino.
Dado o fato de que tanto cristãos quanto judeus aceitaram universalmente essa prática de usar “Senhor” ou termos substitutos semelhantes para o nome YHWH, e que nossas primeiras cópias da Septuaginta refletiam essa mesma prática, parecia óbvio que a Septuaginta havia seguido esse uso desde o início. Porém, vieram à luz alguns manuscritos (ou fragmentos de manuscritos) da Septuaginta do século 1 AC e posteriores, copiados por escribas judaicos, que usam alguma forma do nome divino. Quatro manuscritos datados do século 1 AC ao século 1 ou possivelmente 2 DC usam o tetragrama em caracteres aramaicos ou paleo-hebraicos. Três desses manuscritos foram encontrados no Egito (8HevXIIgr, P.Oxy. 3522, and P.Oxy. 5101) e o quarto foi encontrado no deserto da Judeia (o manuscrito chama-se P.Fouad 266b). Além disso, um manuscrito grego do Levítico do primeiro século AC encontrado entre os Manuscritos do Mar Morto usa o grego IAΩ (que poderíamos pronunciar como “Ya-oh”), uma tentativa de transliterar o nome divino para mostrar como ele seria pronunciado em grego (4QLXXLevb) Até agora, não foi encontrado qualquer manuscrito do Antigo Testamento em grego deste período (primeiro século AC ao segundo século DC) que tenha usado termos substitutos como “Senhor” e “Deus”.
Essas evidências manuscritas, embora escassas, poderiam sustentar a conclusão de que a Septuaginta originalmente usava formas do nome divino YHWH, embora qual forma permanece incerto. Tanto o manuscrito que usa o grego IAΩ como os manuscritos que usam o tetragrama podem representar a leitura original. Suponhamos que o tetragrama fosse a leitura original. A conclusão seria, então, que o manuscrito do primeiro século AC que usa IAΩ era um desvio dessa leitura. De qualquer forma, temos evidências de práticas diferentes com relação à expressão do nome divino em manuscritos gregos do Antigo Testamento produzidos por volta do primeiro século AC. Uma vez que percebemos isso, podemos ver quão precário seria concluir, com qualquer dogmatismo, que a Septuaginta original usava uma forma do nome divino. Da mesma forma, seria imprudente, com as evidências disponíveis atualmente, insistir que a Septuaginta original não usava o nome divino. Simplesmente não temos evidências suficientes para tirar qualquer conclusão definitiva.
Embora não possamos ter certeza de como a Septuaginta original tratava o nome divino, temos boas evidências de que, na época dos escritores do Novo Testamento, havia diferentes edições ou tipos do Antigo Testamento em grego que tratavam o nome de maneiras distintas. Já mencionamos duas delas, uma usando o tetragrama e a outra soletrando o nome foneticamente em grego como IAΩ. Também temos evidências indiretas de que escritores judeus do primeiro século usaram uma versão do Antigo Testamento grego que usava o substantivo grego para “Senhor” (κύριος) no lugar do nome divino. O autor judeu mais importante nesse aspecto é Filo, um estudioso judeu alexandrino que escreveu por volta da época de Jesus (aproximadamente 25-50 DC.). Filo sabia o que era o tetragrama (e até usava a palavra tetragrama), mas consistentemente usava o título κύριος no lugar do nome divino ao citar ou comentar o Antigo Testamento. (Sean M. McDonough, YHWH em Patmos: Rev. 1:4 em seu cenário helenístico e judaico primitivo [em inglês], WUNT 2/107 [Tübingen: Mohr Siebeck, 1999], pags. 79–84).
Isso nos leva à questão da prática dos escritores do Novo Testamento, para a qual nos voltaremos agora.
O Nome Divino no Novo Testamento em Grego
A forma abreviada do nome divino, Yah, que observamos ocorrer 26 vezes nos Salmos na expressão Hallelujah (Aleluia), aparece quatro vezes na mesma expressão nos manuscritos gregos em Apocalipse 19:1-6. Fora isso, nenhuma forma do nome divino, seja o tetragrama, a forma fonética grega IAΩ ou qualquer outra forma, aparece em qualquer um dos mais de cinco mil manuscritos em grego dos escritos do Novo Testamento que ainda existem.1
Os mais antigos manuscritos em grego existentes de livros do Novo Testamento que citam textos do Antigo Testamento que usavam o nome YHWH em hebraico são P46, P66 e P75, produzidos por volta de 175-225 DC. Isso ocorreu cerca de 75 a 150 anos depois que os livros foram originalmente escritos e muito antes de o movimento cristão ter conquistado qualquer aceitação política (e muito menos poder) dentro do Império Romano, como finalmente aconteceu no século 4. No final do segundo século, o cristianismo era um movimento em rápido crescimento, mas sem autoridade centralizada ou hierárquica. Tampouco havia qualquer associação ou grupo de copistas autorizados agindo em nome de uma instituição religiosa única ou organizada. Esforços sérios para padronizar os textos gregos do Novo Testamento usados por toda a igreja só se desenvolveram centenas de anos depois.
Aqui está o problema fatal com a alegação da liderança das Testemunhas de Jeová de que os escritores do Novo Testamento usaram o nome divino: a alegação inevitavelmente exigiria uma fantástica teoria da conspiração para explicar como pode ser que todos os manuscritos existentes, incluindo manuscritos descobertos nos últimos cem anos ou mais, não contenham o nome divino. Temos uns vinte ou mais manuscritos do Novo Testamento que datam de antes de Constantino e nenhum usa o nome divino. Novamente, a igreja não tinha qualquer mecanismo durante o segundo ou terceiro séculos para reunir cópias inaceitáveis dos escritos do Novo Testamento e descartá-las.
A evidência é realmente esmagadora de que os escritores do Novo Testamento não usaram o nome divino YHWH ou qualquer forma dele, exceto por meio da expressão Aleluia em Apocalipse 19:1-6. Por mais que se possa fazer qualquer afirmação de fato sobre o texto original do Novo Testamento, esta conclusão deve ser considerada um fato bem estabelecido.
E quanto ao Antigo Testamento?
Mostramos que o Novo Testamento não usava o nome divino YHWH. No entanto, claramente o Antigo Testamento, pelo menos em hebraico, usava esse nome. Com base nisso, as Testemunhas de Jeová — e também algumas pessoas que não são Testemunhas de Jeová — argumentam que as traduções deveriam usar alguma forma do nome no Antigo Testamento. Conforme já mencionado, versões bíblicas fazem isso, seja usando o nome Yahweh ou Jehovah [correspondentes a Iavé ou Jeová, em português]. Esta é uma posição digna de respeito.3
Por outro lado, como o Novo Testamento cita o Antigo Testamento em grego sem usar o nome YHWH, pode-se considerar que sua abordagem do Antigo Testamento estabelece o precedente para a tradução do Antigo Testamento para diferentes idiomas com substitutos para o nome YHWH, como “Senhor”. Qualquer que tenha sido a prática dos tradutores originais da Septuaginta, essa se tornou a prática padrão dos copistas cristãos do Antigo Testamento em grego já no terceiro século.
Podemos deixar esta questão sobre a tradução de YHWH no Antigo Testamento sem resposta aqui. De qualquer forma, nossa abordagem do Novo Testamento não deve negar o fato claro de que em seu texto grego ele não usou o nome YHWH ou qualquer forma desse nome, mas em vez disso usou termos substitutos, principalmente “Senhor”, onde o Antigo Testamento usava YHWH.
Notas
1 – Algumas estimativas anteriores de até 5.800 manuscritos são provavelmente muito elevadas. Para detalhes sobre esta e outras questões relacionadas, veja especialmente Myths and Mistakes in New Testament Textual Criticism (Mitos e Erros na Crítica Textual do Novo Testamento), editado por Elijah Hixson e Peter J. Gurry (Downers Grove, IL: IVP Academic, 2019).
2 – Nota do Tradutor: Embora a liderança das Testemunhas de Jeová não afirme isso e reconheça que a palavra “Jeová” não é a mais erudita e que ninguém hoje na terra pode ter certeza de que essa é a pronúncia correta do Tetragrama hebraico, é isso o que muitos seguidores e simpatizantes dessa religião pensam. Uma leitora que nos contatou para falar desse assunto, disse:
“… Se esse nome [Jeová] sempre existiu em publicações antigas, palmas às TJ que lhe deram um lugar de destaque, permitindo-nos invocá-lo com todo amor e respeito merecido… Depois que aprendi em Isaías 42:8 que o nome de Deus é Jeová eu quero sempre usá-lo nas minhas orações. Porque Romanos10:13; Joel 2:32; Atos 2:21 dizem: “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”’ E qual é esse nome? JEOVÁ.” Aprendi com as TJ no Salmo 83:18.”
A razão de toda essa convicção da leitora (sem dúvida de boa-fé, devemos dizer) é o favorecimento e a intensa ênfase que os líderes da organização das Testemunhas dão à palavra “Jeová” em suas publicações, em detrimento das demais traduções possíveis do nome de Deus.
3 – Esta posição é defendida por Lynn Lundquist em The Tetragrammaton in the Christian Greek Scriptures (O Tetragrama nas Escrituras Gregas Cristãs), 3ª ed. (Cedar Springs, MI: Institute for Religious Research, 2011). Site: www.tetragrammaton.org/. As publicações e os artigos disponíveis no site são gratuitos.
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Imagem em destaque: O Tetragrama hebraico (o sentido da leitura dos caracteres é da direita para a esquerda) – Bíblia Sagrada Online