Imortalidade da Alma ― Pode o Cristianismo Passar Sem Isso? – Parte 2

Ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII uma sucessão de escritores competentes e proeminentes se convenceu da justeza essencial do conceito mortalista. Eles sentiram-se suficientemente seguros em publicar suas convicções para seus contemporâneos e a posteridade. Qual era, afinal, a crença deles? Restrições de tempo e de espaço nos permitirão comentar aqui apenas três ou quatro das principais bases do discurso mortalista.

A Autoridade das Escrituras, Corretamente Interpretada

Fundamentalmente, eles acreditavam na Bíblia, isto é, na autoridade das Escrituras como a fonte da verdade revelada, e o tribunal de última instância em todos os assuntos controversos. O mesmo vale para aqueles a quem eles se opuseram, os imortalistas. Onde está a diferença? Podemos detectar três pontos de ênfase e divergência na teologia mortalista.

Em primeiro lugar, eles insistiam no que acreditavam ser uma metodologia correta de interpretação bíblica. Isso significava que a Bíblia deve ser interpretada literalmente, a menos que fosse evidente com base no próprio texto que ele não deveria ser entendido dessa maneira. Um caso importante a esse respeito era a parábola do homem rico e Lázaro (Lucas 16:19-31), frequentemente apresentada pelos imortalistas como evidência textual da existência da alma no além-túmulo. Os mortalistas argumentavam que a história era inadmissível, visto que uma parábola não pode formar a base duma doutrina. Henry Layton diz: “Não consideramos isso como prova, porque nada mais era que uma parábola, enunciada sem o propósito de ensinar coisa alguma acerca da condição do homem após a morte.”1 Da mesma forma, Overton insiste: “Nunca existiu algum homem tal como Dives ou Lázaro, ou jamais aconteceu tal coisa, não mais do que as árvores de Jotão andaram e falaram.”2

Em segundo lugar, nenhuma doutrina deve ser estabelecida com base num único texto ou passagem, mas todo o peso da evidência bíblica deve ser levado em consideração antes de se chegar a qualquer conclusão. Os mortalistas encaravam com muita suspeita as doutrinas formuladas com base em algo menos do que todas as evidências disponíveis. Layton afirmou que ele não era um “idólatra da Bíblia”, mas sustentava que “quaisquer doutrinas ou opiniões que possam ser provadas por uma forte corrente ou encadeamento de textos das Escrituras, devem ser aceitas e acatadas como verdade absoluta e a própria palavra de Deus.”3

Em terceiro lugar, e mais importante, está a posição da razão na interpretação das Escrituras. Richard Overton acreditava que a subjugação da razão na interpretação bíblica tinha contribuído para o desenvolvimento da doutrina da imortalidade inerente. A existência da alma como uma entidade separada do corpo, capaz de pensar e sentir à parte do corpo, e sua suposta partida para o céu ou para o inferno por ocasião da morte, são todas contrárias à razão.4 O subtítulo da obra de Layton, Uma Procura Pelas Almas, enfatizou a importância da razão na investigação teológica e filosófica, bem como no debate sobre a alma, “A Imortalidade de Uma Alma Humana, Teológica, Filosófica e Racionalmente Considerada.” Similarmente, embora Milton considere a Bíblia como a autoridade final, conforme demonstrado repetidamente em seu Tratado Sobre a Doutrina Cristã, não se trata de leitura cega e subjetiva das Escrituras. Assim, aos “testemunhos das Escrituras” Milton enfatiza que “podem ser acrescentados argumentos da razão” em “confirmação” da doutrina bíblica.5

John Locke apresenta, talvez, o melhor exemplo da insistência do mortalismo na razão como necessária para a interpretação bíblica. Seu grande tratado teológico sobre a natureza racional da autêntica fé cristã, A Razoabilidade do Cristianismo, começa com uma longa e fundamentada exposição do conceito tanatopsiquista do homem, que começa com a afirmação: “Para entender, portanto, ao que somos restaurados por Jesus Cristo, devemos considerar o que as Escrituras mostram que perdemos por meio de Adão.” É um processo de consideração racional. A partir desse ponto, ele assume que a verdadeira fé cristã é essencialmente razoável, ou seja, é sempre consistente com a razão, às vezes além da razão, mas nunca contra a razão. Foi a aplicação da razão na interpretação da revelação divina nas Escrituras que levou Locke a um inequívoco tanatopsiquismo.6

A Natureza e o Destino dos Humanos

Abordada com base nesses pontos de vista, a Bíblia levou a uma escatologia mortalista. Neste contexto, o relato da origem humana no Gênesis é fundamental para a correta compreensão da natureza humana e seu destino. Um texto chave era Gênesis 2:7: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.”7 A interpretação  que Overton deu a este texto é representativamente mortalista. Quando Deus concedeu o fôlego da vida para o corpo sem vida de Adão, o homem tornou-se uma “alma vivente”. Overton diz: “O que foi formado ou feito da terra tornou-se uma alma vivente, ou criatura, por meio da respiração… o fôlego de vida (e) esse vulto sem vida tornou-se alma vivente.”8 Overton em seguida, acrescenta uma declaração importante, “esse que foi soprado, não era uma alma vivente antes de ser soprado”.9 Foi simplesmente o fôlego que, quando infundido no corpo, fez com que uma alma vivente, um homem, passasse a existir.

A morte, como reversão deste processo, ocorre quando uma pessoa deixa de respirar, quando o fôlego deixa o corpo. Quando isso acontece, a pessoa morre. Ele ou ela deixa de existir. A “alma” não existe mais porque a pessoa viva não existe mais. Overton afirma que a morte “volta o homem ao que ele era antes de existir, ou seja, não existir.” Depois da morte, Overton diz: “O homem é anulado de ser real… ele NÃO EXISTE absolutamente.”10 Similarmente, Priestley afirma que Deus fez o homem inteiro do pó da terra, argumentando “Deus fez este homem, que estava sem vida a princípio, respirar e viver… a substância que foi formada do pó da terra tornou-se uma alma vivente, ou seja, tornou-se viva, por ser feita respirar.”11

Priestley, assim como todos os outros mortalistas, volta-se para a ressurreição no último dia como a chave para o futuro e a imortalidade, pois mais uma vez o processo da morte é então invertido. Embora a vida cesse no momento da morte, isso não é o fim para o crente, pois a extinção temporária da vida por ocasião da morte não é o mesmo que a aniquilação. Quando dizemos que uma vela se apaga “certamente não queremos dizer que ela é aniquilada, que não há mais nada para acender novamente.”12 Isto ilustra “exatamente” o que Paulo tinha em mente ao falar em ressurreição dos mortos. Priestley mantém, junto com Tyndale e todos os demais mortalistas, que Paulo consistentemente enfatiza a ressurreição como a porta para a imortalidade. Assim, ele conclui que a esperança humana de uma vida futura “depende da ressurreição dos mortos, e não tem qualquer outro fundamento que seja.”13

As Origens da Doutrina da Alma Imortal

Quase tão importante nas mentes mortalistas como o ensino bíblico sobre a natureza humana e seu destino, foram as origens da doutrina da alma imortal. De novo houve concordância generalizada entre os escritores mortalistas em relação a esta questão, e mais uma vez Layton e Priestley podem ser tomados como porta-vozes representativos.

A coleção das obras de Layton foi publicada postumamente em dois volumes, em 1706, sob o título A Search After Souls, or the Immortality of a Humane Soul, Theologically, Philosophically and Rationally Considered [Uma Busca Pelas Almas, ou a Imortalidade da Alma Humana, Teológica, Filosófica e Racionalmente Considerada]. A pesquisa de Layton começou tarde na vida dele, em 1690, depois de ler Dying Thoughts [Pensamentos Moribundos] de Richard Baxter, em que Baxter reafirmou a ascensão da alma para estar com Cristo no céu, sublinhando “a necessidade de crer”. Layton comentou: “Pareceu um naco muito grande para engolir tudo isso junto”14 embarcando numa campanha incansável de esclarecimento e refutação, que durou o resto da vida dele. Nesta pesquisa Layton logo passou a acreditar que a ideia de uma alma imortal antecedeu o Cristianismo em vários séculos e que poderia ser encontrada em muitos filósofos gregos pré-cristãos, em particular Pitágoras, Anaxágoras e Platão, acrescentando que a maior parte dos primeiros padres da Igreja grega e latina não aceitavam isso.15

History of the Corruptions of Christianity [A História das Corrupções do Cristianismo], de Priestley incluiu um breve levantamento sobre a história do mortalismo, na qual ele sustentou que os primitivos cristãos não acreditavam em uma alma imortal. A distinção entre corpo e alma, “originalmente uma doutrina da filosofia oriental”, tinha se espalhado em séculos anteriores dentro “da parte ocidental do mundo”, um processo que Priestley traça através do pensamento grego para suas anteriores origens egípcia, caldeia, e possivelmente persa e indiana, argumentando que esses conceitos pagãos pré-cristãos haviam “alterado e degradado extremamente o verdadeiro sistema cristão.”16 Embora alguns cristãos do terceiro século na Arábia tenham mantido o mortalismo vivo, eles por fim se renderam aos ensinos de Orígenes. Priestley afirma que a maior parte dos pais da igreja posteriores eram platônicos que “tomaram emprestado muitas de suas explicações sobre doutrinas bíblicas desse sistema.”17 Assim, o dualismo platônico se infiltrou na igreja medieval, resultando na doutrina do purgatório, que foi construída sobre o fundamento da alma imortal e, por fim, veio a dominar a escatologia medieval. Os mortalistas em geral concordariam com esta explicação, sem qualquer hesitação.

O Imortalismo e a Obra Redentora de Cristo

Talvez a acusação mais grave movida contra o conceito tradicional da imortalidade da alma foi que ele enfraqueceu a obra redentora de Cristo. Já vimos uma sugestão dessa preocupação na introdução de Tyndale à segunda edição de seu Novo Testamento em 1534. Na verdade, Tyndale é muito mais explícito. Em seu famoso diálogo com o erudito e bem ortodoxo Sir Thomas More, Tyndale acusa More de propor um caminho para a vida eterna contrário ao estabelecido nas Escrituras. O debate veio a concentrar-se nos trechos paulinos clássicos de 1 Coríntios 15 e 1 Tessalonicenses 4, que tratam da ressurreição no último dia. Com ironia pesada, Tyndale desafia More:

“‘Não, Paulo, tu és ignorante; vá ao Mestre More, e aprenda de outra maneira. Nós não somos tão miseráveis, embora não ressuscitaremos; pois nossas almas vão para o céu assim que estivermos mortos, e estão lá em tão grande alegria como Cristo que ressuscitou.’ E eu fico admirado que Paulo não tenha consolado os tessalonicenses com essa doutrina, se ele soubesse dela, que as almas dos seus mortos subiriam novamente. Se as almas estão no céu, em tão grande glória quanto os anjos, segundo sua doutrina, mostrai-me para que deve haver ressurreição?”18

Burns comenta o forte psicopaniquismo de Tyndale: “Ele estava certo de que Deus havia anunciado claramente que a ressurreição do corpo era o início da salvação completa dos cristãos, e não apenas uma recompensa adicional para almas que já estavam em gozo.”19 Duzentos e vinte e cinco anos depois, em 1756 para sermos precisos, Peter Peckard publicou o primeiro de três trabalhos em que ele persuasivamente estabeleceu o entendimento tanatopsiquista. “A Escritura declarou expressamente a mortalidade do homem, e a restauração dessa mortalidade à vida por meio de Jesus Cristo”20, escreveu ele. Este tema permeou toda a obra de Peckard. A doutrina da imortalidade da alma negou a obra redentora de Cristo em seu âmago, efetivamente tornando essa obra supérflua e desnecessária. Nas palavras do próprio Peckard:

Jesus Cristo veio ao mundo com o propósito de resgatar os homens da morte e dar-lhes a vida e a imortalidade. É bem certo que ele não poderia redimi-los do estado em que eles não estavam, nem dar-lhes a vida e a imortalidade que eles já possuíam. De modo que por este esquema [a imortalidade natural da alma] todo o conceito de redenção por Jesus Cristo é absoluta e inteiramente destruído.21

Sem dúvida, esta é a acusação mais contundente levantada pelos mortalistas contra a imortalidade inerente da alma. Os mortalistas estavam convencidos de que essa doutrina não é apenas antibíblica; ela é essencial e literalmente anticristã.

Conclusão

Embora este artigo tenha se concentrado nos conceitos de mortalistas ingleses dos séculos XVII e XVIII, não será impróprio, em conclusão, observar que a interpretação mortalista das Escrituras, ou elementos cruciais da mesma, sobreviveram até o presente momento. Dois exemplos devem ser suficientes. A obra de Oscar Cullman, citada no início deste artigo (veja a Parte 1) como um defensor da teologia mortalista contemporânea, apareceu oportunamente entre eles.

Já se passaram muitos anos desde que William Temple, então arcebispo de York e que logo se tornaria arcebispo de Cantuária, publicou Nature, Man and God [A Natureza, o Homem e Deus]. O Dr. Temple escreveu: “O homem não é por natureza imortal, mas é capaz de imortalidade.” A “doutrina predominante do Novo Testamento”, disse ele, “é que só Deus é imortal… e que Ele oferece a imortalidade ao homem não universalmente, e sim condicionalmente.”22 Seria difícil encontrar um resumo melhor da posição mortalista.

Mais recentemente, N. T. Wright publicou o livro Surprised by Hope: Rethinking Heaven, the Resurrection, and the Mission of the Church [Surpreendido pela Esperança: Repensando o Céu, a Ressurreição e a Missão da Igreja].23 O Dr. Wright, bispo de Durham e um dos principais eruditos em Novo Testamento na atualidade, fala da infiltração da filosofia grega no pensamento cristão e diz que, entre muitas outras coisas, “pelo menos desde a Idade Média a influência da filosofia grega foi muito marcante, resultando numa expectativa de futuro que tem muito mais semelhança com a visão de Platão de almas entrando em gozo desencarnado do que com a imagem bíblica de novos céus e uma nova terra”.24 O argumento consistente e repetido de Wright é que a ressurreição no último dia, alicerçada sobre a ressurreição do próprio Jesus, é a chave para a imortalidade e a vida eterna.25 Assim, a questão apresenta-se mais uma vez: Poderia o cristianismo passar sem a imortalidade da alma? Se a história cristã e a teologia histórica forem guias confiáveis, a resposta tem de ser afirmativa.

NOTAS

1 Henry Layton, Observations Upon a Short Treatise (1697), pág.43.

2 Richard Overton, Mans Mortalitie [A Mortalidade do Homem] (1644), pág. 31. A parábola das árvores de Jotão está no livro bíblico de Juízes, capítulo 9.

3 Henry Layton, A Reply to a Letter [Uma Resposta a uma Carta] com data de 14 de setembro de 1702 (1703), pág. 70.

4 Richard Overton, Man Wholly Mortal [O Homem Completamente Mortal] (1655), págs. 9–11, 33–35.

5 Milton, “Treatise on Christian Doctrine,” [Tratado Sobre a Doutrina Cristã] em The Complete Prose Works of John Milton [Obras Completas em Prosa de John Milton], D. M. Wolfe, ed., (New Haven and Londres, 1953–1982), Vol. IV: págs. 191, 480.

6 John Locke, The Reasonableness of Christianity, As Delivered in the Scriptures [A Razoabilidade do Cristianismo, Conforme Exposto nas Escrituras] (1695), pág. 1. Para uma consideração mais extensa de Razoabilidade de Locke e sua significância e a importância da razão de per si na teologia de Locke, veja Ball, The Soul Sleepers [As Almas Que Dormem], págs. 119–126, e Victor Nuovo, ed., por John Locke, Writings on Religion [Escritos sobre Religião] (Oxford: Oxford, 2002), págs. xliv-lii.

7 Citado da Versão Autorizada, ou Versão Rei Jaime, a tradução mais usada por eruditos e escritores após sua publicação em 1611. [N.T.: O texto em português é da versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel].

8 Overton, Man Wholly Mortal [O Homem Totalmente Mortal] (1655), pág. 29.

9 Ibid., pág.30.

10 Overton, Mans Mortalitie [A Mortalidade do Homem] (1644), págs. 6, 7; ênfase no original.

11 Joseph Priestley, Disquisitions Relating to Matter and Spirit [Dissertações Referentes à Matéria e ao Espírito (1777), pág. 115.

12 Ibid., pág.164.

13 Ibid., pág. 252.

14 Henry Layton,  A Search After Souls and Spiritual Operations in Man [Uma busca Pelas Almas e Operações Espirituais no Homem (1691), pág. 3.

15 Henry Layton, Observations upon Mr. Wadsworth’s Book of the Souls Immortality [Observações Sobre o livro do Sr. Wadsworth sobre imortalidade da alma] (1692), págs. 8, 16.

16 Joseph Priestley, History of the Corruptions of Christianity [História das Corrupções do Cristianismo] (1782), Vol. I: págs. 156, 168, 266-8.

17 Priestley, Disquisitions [Dissertações], pág. 294. O imortalismo de Platão aparece em várias de suas obras, especialmente no Fédon (c. 360 A.C.), no qual Platão reflete o pensamento de Sócrates. O Fédon foi traduzido originalmente para o latim só em 1160. The Oxford Dictionary of the Christian Church [Dicionário Oxford da Igreja Cristã] (pág. 1300) observa que “a autoridade” concedida aos ensinamentos de Platão “ao longo da Idade Média, fez muito para assegurar para muitos conceitos platônicos um lugar permanente no cristianismo latino.”

18 William Tyndale, “An Answer Unto Sir Thomas More’s Dialogue” [Uma Resposta ao Diálogo de Sir Thomas More] em The Works of the English Reformers: William Tyndale and John Frith [As Obras dos Reformadores Ingleses: William Tyndale e John Frith], ed. por T. Russell (1831), II: pág. 123.

19 Burns, Christian Mortalism [O Mortalismo Cristão], págs. 101, 102.

20 Peter Peckard, Observations on the Doctrine of an Intermediate State Between Death and the Resurrection [Observações Sobre a Doutrina de um Estado Intermediário entre a Morte e a Ressurreição] (1756), pág. 4.

21 Ibid., pág. 19. Peckard explicou ainda: “Ao permitir aos homens um princípio natural da vida, o que fazemos, com efeito, é impedi-los de vir a Cristo para que tenham vida.” Ibid., pág. 39.

22 William Temple, Nature, Man and God [Natureza, Homem e Deus] (1934), xxx, págs. 461-463. Veja também o artigo, “The Idea of Immortality in Relation to Religion and Ethics” [A Ideia da Imortalidade em Relação à Religião e Ética], em The Congregational Quarterly [Publicação Trimestral Congregacional] X (1932), pág. 17, no qual ele também conclamou a uma reavaliação radical da doutrina tradicional do tormento eterno no inferno. Temple era um contemporâneo do influente erudito em Antigo Testamento de Oxford, H. Wheeler Robinson, que em 1911 publicou um trabalho com sentimentos similares, sob o título The Christian Doctrine of Man [A Doutrina Cristã do Homem].

23 N. T. Wright, Surprised by Hope: Rethinking Heaven, the Resurrection, and the Mission of the Church [Surpreendido pela Esperança: Repensando o Céu, a Ressurreição e a Missão da Igreja] (Nova Iorque, NY: HarperOne, 2008).

24 Ibid., pág. 80. O Dr. Wright ressalta que as mentes cristãs foram condicionadas pela filosofia grega “quer já tenhamos lido algo sobre isso, quer não.” Ibid., pág. 251.

25 Ibid., passim, observando especialmente o índice como um apontador para a insistência de Wright no assunto da ressurreição.

Imagem: Um Filósofo Grego e Seus Discípulos, Antonio Zucchi, 1767

One thought on “Imortalidade da Alma ― Pode o Cristianismo Passar Sem Isso? – Parte 2

  • setembro 9, 2021 em 4:31 pm
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    Artigo excepcional!
    Muito esclarecedor!

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