Tornando-nos Filhos de Deus — Como e Quando?

As Escrituras nos dizem que Adão era filho de Deus e que ele se comunicava com Deus. Isto é compreensível, pois ele era um membro da família de Deus; fazia parte da casa de Deus. Obviamente, então, o céu estava aberto para ele e o céu também estaria aberto à sua descendência se ele tivesse permanecido fiel. Infelizmente, porém, o relacionamento dele com Deus cessou por causa de sua desobediência. Conseqüentemente, sua descendência ainda por nascer sofreu o mesmo destino e o céu ficou fechado para eles também. O apóstolo Paulo entra em grandes detalhes para explicar este evento histórico. Encontramos esse relato no livro de Romanos, capítulo cinco.

No entanto, essa condição de alienação foi rompida pelo próprio Deus. De fato, uma inversão da situação começou quando Deus julgou o casal desobediente no Éden, e prometeu uma “semente” para lidar com este problema. Em Gálatas 3:16, Paulo identifica a semente especificamente com Cristo Jesus. Em seguida, ele explica que a semente de Abraão é ampliada para incluir os que mostram fé em Cristo Jesus. Deus havia dito a Abraão que sua semente abençoaria as famílias da terra.

Para compreendermos mais plenamente o que ocorreu, seria útil, neste momento de nossa consideração, atentarmos para algo que Jesus disse aos judeus, alguns dos quais tinham acreditado nele. As palavras são encontradas em João 8:31-36. Ele disse: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”. Eles lhe responderam: “Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você pode dizer que seremos livres?” Jesus respondeu: “Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado. O escravo não tem lugar permanente na família, mas o filho pertence a ela para sempre. Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres.” Neste encontro com os judeus, Jesus mostrou claramente que ser um descendente de Abraão não garante um lugar na família de Deus. Para ser parte da família de Deus, uma pessoa deve ser libertada do pecado e só Jesus Cristo pode fazer isso. Portanto, a fé em Cristo, o Filho de Deus, é o que prepara uma pessoa para a adoção como filho de Deus. Não obstante, todos os que exercem fé em Cristo já são considerados filhos de Deus.

“O escravo não permanece na casa para sempre, o filho permanece para sempre.” Esta observação de Jesus forma todo o contexto de nossa consideração. O que Jesus disse é realmente muito simples, ou seja, um escravo do pecado não pode permanecer na casa de Deus para sempre. É simples assim. E, conforme Paulo mostra, é por isso mesmo que Adão morreu. É por essa mesma razão que os descendentes de Adão estão morrendo. Segue-se então, que um escravo do pecado teria de ser libertado dessa condição para poder permanecer na casa de Deus para sempre. E isto é precisamente o que Jesus Cristo faz para o crente, libertando essa pessoa do pecado e, por fazer isso, Jesus abre o caminho para que ela entre na família de Deus e permaneça lá para sempre. Em outras palavras, Jesus está nos dizendo que a vida eterna (ou vida eonian) só é possível se nos tornamos filhos de Deus. Portanto, se alguém não é filho de Deus, é porque essa pessoa ainda é uma escrava do pecado, ou seja, ainda não foi liberta do pecado por Cristo.

Neste momento, é importante ter em mente que as Escrituras usam frequentemente o termo morte em sentido metafórico. Por exemplo, enquanto Romanos capítulo cinco lida com a morte como cessação da vida, assim como Deus disse a Adão que ele ‘positivamente morreria’ e voltaria ao pó de onde tinha sido formado, o capítulo seguinte, ou seja, Romanos 6 aborda a morte em sentido figurativo. É fundamental que apreciemos esse conceito, se quisermos entender a morte do ponto de vista de Deus, conforme o termo é usado nas Escrituras. Repito, a morte é a cessação da vida. Esta é uma verdade fundamental encontrada ao longo de toda a Bíblia. A ideia de que na morte passamos para outra vida, seja no céu, na presença de Deus, ou em outro lugar, é absolutamente contrária ao que as Escrituras ensinam. Foi o próprio Satanás quem transmitiu essa ideia a Eva, por meio da serpente, e ela caiu por causa dela. Ao fazer isso, Paulo nos diz que a mulher foi “totalmente enganada”.

Ora, se a morte, conforme usada nas Escrituras, significa exatamente o oposto da vida, ela representa apropriadamente uma mudança completa. É por essa razão que, quando usada em sentido figurativo, esta ideia de mudança é ainda mais enfática. Embora eu não queira insistir neste ponto, é vital que entendamos claramente esse uso metafórico, pois isso nos levará a apreciar algumas coisas que o apóstolo Pedro se referiu como ‘difíceis de entender’ nos escritos de Paulo.

Com esse contexto em mente, consideremos Romanos capítulo seis. O versículo 3 diz: “Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte?” E o versículo 4 diz: “Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo…”. Paulo nos diz também que “morremos para o pecado” e que “também nós vivamos uma vida nova” e que “o nosso velho homem foi crucificado com ele”. Ora, que “morremos para o pecado” é um conceito que é muito fácil de entender. Da mesma forma, que “o nosso velho homem foi crucificado com ele” também é fácil de entender. Mas de que maneira “fomos batizados em sua morte”? E como fomos “fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo”? Obviamente, todas essas expressões só fazem sentido se forem entendidas figurativamente. Mas o que elas significam?

Para Adão e sua descendência, a morte era, e é, real. Na verdade, as Escrituras a chamam de nosso inimigo, nosso último inimigo. E, no entanto, Paulo usa o termo morte para ilustrar uma mudança completa de condição. Quando Paulo diz em Romanos, capítulo cinco que a desobediência de Adão trouxe o pecado e a morte para ele e para sua descendência, ele está realmente nos dizendo que a condição de sermos filhos de Deus foi perdida. Foi perdida por Adão e foi perdida por sua prole. Todavia, Paulo passa a mostrar que esta condição é totalmente revertida pela aceitação da provisão de Deus para a vida, ou seja, por se exercer fé no sacrifício do Filho amado de Deus, Jesus Cristo. Figurativamente falando, Deus causa a morte de nossa condição mortal que foi trazida por Adão. O resgate de Cristo, metaforicamente, mata a morte, até mesmo agora. É claro que por fim a morte, o “último inimigo”, será “destruído” em todos os sentidos da palavra.

À luz do que foi exposto, podemos entender melhor as palavras de Paulo aos coríntios, em 2 Cor. 5:19: “Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação.” Do ponto de vista de Deus, a condição do pecado e da morte provocada por Adão, deixou de existir a partir do momento em que a provisão de Deus do resgate por meio de seu Filho Amado Jesus Cristo entrou em cena. Naturalmente, o mundo não está nem mesmo ciente disso. Por essa razão, Paulo prossegue dizendo que Deus “nos confiou a mensagem da reconciliação”, e acrescenta: “Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus.” Em outras palavras, ao passo que Deus lançou a base para a reconciliação por meio de Cristo, tornando possível que os descendentes de Adão sejam aceitos na família de Deus, essa reconciliação só ocorre para nós, individualmente, se mostrarmos fé correspondente.

O resgate de Cristo é, portanto, a própria base que Deus usa para restaurar a filiação e é nesta base que a chamada vem para todos os que desejam responder em fé. Gálatas 3:26 diz: “Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus.” Como? Paulo assegura-nos de duas coisas: 1) tornamo-nos filhos de Deus por meio da fé em Jesus Cristo e 2) isso é efetivado quando exercemos essa fé em seu Filho.

Escrevendo aos cristãos romanos (Rom. 8:14) Paulo afirma: “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temer, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: “Aba, Pai”.” Então, como e quando isso acontece? As palavras de Paulo são muito claras; isso acontece para nós quando exercemos fé em Jesus Cristo e ‘somos guiados pelo Espírito de Deus’. No versículo 23 afirma-se que temos as primícias, a saber, o espírito. Existe a evidência. É quando clamamos: “Aba, Pai”. Não há nada de ambíguo nisso. Paulo continua (versículo 16): “O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus.”

Explicando como até mesmo as pessoas das nações se tornam filhos de Deus, Paulo cita o livro de Oséias em Romanos 9:25, 26 e diz: “Como ele diz em Oséias: “Chamarei ‘meu povo’ a quem não é meu povo; e chamarei ‘minha amada’ a quem não é minha amada”, e: “Acontecerá que, no mesmo lugar em que se lhes declarou: ‘Vocês não são meu povo’, eles serão chamados ‘filhos do Deus vivo’.”

Paulo resume para nós o assunto de filiação em Gálatas capítulo quatro. Primeiro, ele mostra que a adoção como filho só poderia vir para um israelita natural se ele fosse libertado da lei pela compra do resgate de Cristo, daí ele acrescenta que “quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. Os versículos 6 e 7 dizem: “E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: “Aba, Pai”. Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro.”

Conforme já foi dito, quando Deus reconciliou o mundo consigo mesmo por meio do resgate de Cristo, Ele causou, efetivamente, a morte da alienação provocada por Adão. Por exercer a fé no resgate, o crente vem a ser batizado na morte de Cristo Jesus. O que isso pode significar para o crente, não é outra coisa a não ser experimentar agora pessoalmente essa mudança que Deus tornou possível por meio de Cristo Jesus. E essa mudança é completada por uma mudança adicional. E qual é ela? É a mudança de “compartilhar na ressurreição de Cristo”. Como? Por ser elevado a uma “novidade de vida”, isto é, a vida em Cristo. Paulo diz que “estamos unidos com ele na semelhança da sua ressurreição”, assim como estávamos “unidos com ele na semelhança da sua morte”. Este ponto não deve escapar à nossa atenção. É a semelhança da qual Paulo está falando aqui e o texto grego mostra isso claramente. Infelizmente, isto é muitas vezes mal compreendido e interpretado como significando que Paulo está falando de uma recompensa no céu.

Quando fomos “batizados na morte de Cristo”, e quando “estamos unidos com ele na semelhança da sua ressurreição” então nos submetemos, por assim dizer, a uma metamorfose ou mudança completa. Paulo fez referência a isso ao escrever sua segunda carta aos coríntios. Ele escreveu em 2 Coríntios. 5:16,17: “De modo que, de agora em diante, a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado a Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim. Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!”. Ao escrever estas palavras, Paulo está citando a profecia de Isaías, registrada no capítulo 43.

Apesar do que se afirmou sobre a filiação até o momento, porém, há um evento relacionado à filiação que ainda está pendente. Esse evento glorioso ocorrerá na parousia (vinda ou presença) de Jesus Cristo, e é chamado de “a revelação dos filhos de Deus”. Este é o evento a que Paulo se referiu em Romanos 8:23. Ele tinha acabado de dizer que “toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto”, daí ele fez este comentário mais revelador sobre aqueles que se tornam filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus, agora, nesta era. Observemos o que ele diz no versículo 23: “E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” O texto grego aqui diz: “a libertação por meio de resgate do corpo de nós.” Em outras palavras, Paulo está falando sobre a libertação do corpo e não sobre sair do corpo.

Paulo diz que estamos “esperando a adoção”. Portanto, isso levanta uma questão muito importante. Como conciliar estas palavras, ou seja, estarmos “esperando a adoção”, com o que ele diz em outro lugar, ou seja, sobre nos tornamos filhos de Deus por exercer a fé em Cristo Jesus? Esta pode ser uma daquelas coisas difíceis de entender das quais Pedro falou. Na verdade, porém, a resposta é evidente, se considerarmos esta questão mais de perto.

Com frequência, as Escrituras falam de eventos futuros, como se eles já tivessem ocorrido. Existem muitos exemplos disso. Um exemplo é Abraão. Muito embora ele tivesse morrido, na perspectiva de Deus ele estava vivendo. Outro exemplo com o qual todos estamos familiarizados é que Deus declara justos os que exercem fé em Seu Filho Jesus Cristo. E, contudo, sabemos que mesmo um crente não é realmente justo, mas pecador. Por esta razão, Paulo disse que as coisas que ele queria fazer, ele não fazia, mas as coisas que ele odiava, ele fazia. Isto é verdade no caso de todos os crentes. Assim, quando Deus nos declara justos com base em nossa crença em Cristo, da perspectiva dele nós já somos justos. Mas, assim como Abraão, que vive aos olhos de Deus, ainda espera a ressurreição dos mortos, assim é no nosso caso. Da perspectiva de Deus, nós nos tornamos seus filhos pelo exercício da fé em Cristo. No entanto, ainda esperamos pela adoção. E o que isso vai significar para nós é, conforme diz Paulo, a “libertação de nossos corpos”, isto é, do pecado. Assim, conforme Paulo fala em 1 Coríntios 15:42-54, este nosso corpo carnal, pecador e corruptível será substituído por um corpo incorruptível e receberemos a imortalidade. Quando? Na parousia de nosso Senhor Jesus Cristo. (Veja também 1 Tes. 4:14-17).

A revelação dos filhos de Deus será um evento glorioso. O escritor de Hebreus diz que Deus “sujeitou todas as coisas a ele”, isto é, Cristo, e daí acrescenta: “nós ainda não vemos todas as coisas em sujeição a ele.” (2:8) Mais uma vez, vemos um exemplo de coisas que ainda não ocorreram como se já tivessem ocorrido. Hebreus 2:10-13 afirma: “Ao levar muitos filhos à glória, convinha que Deus, por causa de quem e por meio de quem tudo existe, tornasse perfeito, mediante o sofrimento, o autor da salvação deles. Ora, tanto o que santifica quanto os que são santificados provêm de um só. Por isso Jesus não se envergonha de chamá-los irmãos. Ele diz: “Proclamarei o teu nome a meus irmãos; na assembléia te louvarei”. E também: “Nele porei a minha confiança”. Novamente ele diz: “Aqui estou eu com os filhos que Deus me deu”.”

Na parousia de Cristo Jesus, quando esses muitos filhos se juntarem a ele quais Reis e Sacerdotes associados no Reino de Deus, qual será o propósito deles? Jesus dá a resposta em Apocalipse 2:26-28: “Àquele que vencer e fizer a minha vontade até o fim darei autoridade sobre as nações. “Ele as governará com cetro de ferro e as despedaçará a um vaso de barro” Eu lhes darei a mesma autoridade que recebi autoridade de meu Pai…” Ao dizer isso, Jesus está realmente citando o Salmo capítulo dois, o qual diz (nos versículos 10-12): “Por isso, ó reis, sejam prudentes; aceitem a advertência, autoridades da terra. Adorem ao Senhor com temor; exultem com tremor. Beijem o filho, para que ele não se ire e vocês não sejam destruídos de repente, pois num instante acende-se a sua ira. Como são felizes todos os que nele se refugiam!” Esta atividade é o que Paulo descreve em 1 Coríntios, capítulo 15 como “sujeitar todas as coisas ao Cristo”.

Os que se tornam filhos de Deus agora, nesta era, são apenas as “primícias”, pois eles são os primeiros a se achegar a Deus por meio de Cristo, para se tornar parte da família ou casa de Deus. Haverá muitos, muitos mais por vir. Falando sobre essas pessoas, Revelação 22:14 diz: “Felizes os que lavam as suas vestes, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas.” Essa cidade é a congregação dos filhos de Deus agora, nesta era. No parousia de Cristo, esta cidade santa, também referida como “Nova Jerusalém” e “a tenda de Deus” estará com a humanidade. Revelação 21:24-26 diz: As nações andarão em sua luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória. Suas portas jamais se fecharão de dia, pois ali não haverá noite. A glória e a honra das nações lhe serão trazidas.” Assim, os que se tornam filhos de Deus agora, na era atual, são só os primeiros, ou “primícias” na ordem das coisas. É claro que, como tais, eles apreciarão a distinção original de serem reis e sacerdotes com Cristo e, junto com ele, governarão sobre as nações. Eles ajudarão a trazer, ou sujeitar toda a humanidade obediente ao domínio de Cristo. É por esta razão que o evento do qual Paulo fala em Romanos capítulo 8 é tão importante. Romanos 8:18-21 diz: “Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm valor em comparação com a glória que há de ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a manifestação dos filhos de Deus. Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação será libertada do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” Sim, “a própria criação”, ou seja, os que se permitem ser sujeitados a Cristo, que também exercem fé em Cristo, vão também se tornar filhos de Deus. Desta forma, o propósito original de Deus para a humanidade e a Terra será cumprido.

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