Quais São as “Boas Novas” Que os Cristãos Devem Pregar?

Eu admito que os fabricantes de sistemas e seus seguidores inventem e usem as distinções que quiserem e chamem as coisas pelos nomes que acharem bom. Mas não posso permitir a eles, nem a qualquer homem, a autoridade de fazer uma religião para mim ou alterar o que Deus revelou. (John Locke, A Razoabilidade do Cristianismo – 1695).

Os cristãos receberam de Jesus Cristo o mandamento de fazer discípulos de todas as nações, e esperar pacientemente pelo retorno dele. (Mat. 28:18-20). Mas, para se fazer discípulos, precisamos de uma mensagem para proclamar (Romanos 10:14). Que mensagem é essa? O que a Bíblia diz sobre este Evangelho (boas novas) que temos de declarar? Se formos cristãos bíblicos, determinar o conteúdo desta mensagem é vital. Temos de ter cuidado de pregar a mesma mensagem que Jesus e seus apóstolos pregaram — nem acrescentando nem tirando algo dela.

Infelizmente, através da história e em nossa época, os homens desenvolveram o que eles acreditam serem teologias corretas, e apontam para o seu sistema como o Evangelho, afirmando na prática, “Isto é o que a Bíblia ensina. Acredite em meu sistema teológico e você será salvo.” Eles sugerem que a interpretação deles, não a Bíblia exclusivamente, é que é a “Verdade”. Para todos os efeitos, eles criaram um ídolo – seus sistema religioso, outro mediador além de Cristo – e alegam que este sistema serve para poupar esforços.

Outros fazem o contrário, pregando só uma parte do Evangelho. Eles nos dizem que Jesus morreu por nossos pecados, e que devemos nos arrepender e aceitá-lo como Salvador. Este é um ensinamento bíblico essencial, mas eles não nos falam sobre o Reino de Deus e qual o papel que Jesus tem nele. É retido de nós o fato de que este Reino governará a terra e trará indescritíveis bênçãos de Deus para a humanidade. Isto é surpreendente, considerando-se que Jesus pregou extensamente sobre o Reino de Deus (ou Reino do Céu, uma expressão equivalente).

O Evangelho completo, conforme registrado na Bíblia, é um anúncio simples, mas profundo. Jesus é o Messias, ou Cristo, o Rei do Reino de Deus, que morreu como um sacrifício de resgate por nossos pecados. Ele foi ressuscitado por Deus, e está agora assentado à direita de seu Pai nos céus. Ele um dia voltará em glória para reinar sobre a terra e julgar a humanidade. Seu propósito é reconciliar todas as coisas novamente com Deus, seu Pai, recuperando o que Adão perdeu.

Isto constitui essencialmente o Evangelho ou boas novas. Para a salvação, exige-se apenas que acreditemos que Jesus é o Messias prometido, achegando-nos a ele com um coração arrependido, aceitando-o como nosso Senhor e Salvador, e comprometendo-nos a fazer a vontade de Deus. A Bíblia certamente ensina muitas outras coisas, mas todos os outros ensinamentos bíblicos do Novo Testamento são baseados nesta fundação firme e primária: que Jesus é o Cristo. Estas outras coisas podem melhorar nosso entendimento e apreciação de Deus e Seus propósitos, mas nossa salvação não depende delas.

Porque ninguém pode colocar outro alicerce além do que já está posto, que é Jesus Cristo. (1 Coríntios 3:11)

O Evangelho Que Jesus Pregou

Jesus sempre fez do Reino de Deus o foco de seu ensino.

“O tempo é chegado”, dizia ele. “O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!” (Marcos 1:15)

Depois disso Jesus ia passando pelas cidades e povoados proclamando as boas novas do Reino de Deus. (Lucas 8:1)

… e os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos. (Lucas 9:2)

O que é o Reino de Deus? É o próprio reino pelo qual os judeus estavam esperando, com base no conhecimento que tinham das Escrituras Hebraicas, a saber: que Deus lhes enviaria seu Filho, o Messias ou Cristo (expressões equivalentes), e ele governaria sobre todas as nações em justiça. O Messias daria início a uma nova era de paz, justiça e bênçãos espirituais nunca antes vistas na Terra. Como judeus, os primeiros discípulos de Jesus estavam familiarizados com as profecias messiânicas que descreviam o reino, como as seguintes:

Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: “Tu és meu filho; eu hoje te gerei. Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade. Tu as quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro”. Por isso, ó reis, sejam prudentes; aceitem a advertência, autoridades da terra. Adorem ao Senhor com temor; exultem com tremor. Beijem o filho, para que ele não se ire e vocês não sejam destruídos de repente, pois num instante acende-se a sua ira. Como são felizes todos os que nele se refugiam! (Salmos 2:7-12)

Um ramo surgirá do tronco de Jessé, e das suas raízes brotará um renovo. O Espírito do Senhor repousará sobre ele, o Espírito que dá sabedoria e entendimento, o Espírito que traz conselho e poder, o Espírito que dá conhecimento e temor do Senhor. E ele se inspirará no temor do Senhor. Não julgará pela aparência, nem decidirá com base no que ouviu; mas com retidão julgará os necessitados, com justiça tomará decisões em favor dos pobres. Com suas palavras, como se fossem um cajado, ferirá a terra; com o sopro de sua boca matará os ímpios. A retidão será a faixa de seu peito, e a fidelidade o seu cinturão. O lobo viverá com o cordeiro, o leopardo se deitará com o bode, o bezerro, o leão e o novilho gordo pastarão juntos; e uma criança os guiará. A vaca se alimentará com o urso, seus filhotes se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. A criancinha brincará perto do esconderijo da cobra, a criança colocará a mão no ninho da víbora. Ninguém fará nenhum mal, nem destruirá coisa alguma em todo o meu santo monte, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar. (Isaías 11:1-9)

Estas profecias nas Escrituras Hebraicas, e muitas outras como elas, apontavam para Cristo, que seria um descendente, ou um “ramo do tronco de Jessé”, o pai do rei Davi. Isto se cumpriu no nascimento de Jesus Cristo (Mat. 1:6, Luc. 3:31). Elas também descreveram as condições paradisíacas na terra sob o Reino de Deus.

Durante seu ministério terrestre, Jesus Cristo anunciou que “o reino de Deus está no meio de vós” (Luc 17:21, Sociedade Bíblica Britânica). Ele podia dizer isso, porque ele era o rei daquele reino. Do tempo de Jesus em diante, conhecido como a Era do Evangelho, os cristãos seriam parte desse reino sob Cristo (Col. 1:13), embora ele ainda não tenha sido estabelecido na terra. Ele iria ‘dominar no meio de seus inimigos’ (Sal 110:2, Almeida Revisada), já que o mundo ainda não estaria sob o controle do Reino de Deus (2 Cor. 4:4). A tarefa dos discípulos de Jesus seria representá-lo como embaixadores (2 Cor. 5:20) e pregar as boas novas e fazer discípulos (Mat. 28:19, 20). Eles deveriam permanecer moral e politicamente separados do mundo (João 17:16, 18:36) e esperar pacientemente pelo retorno de seu Senhor (1 Tim. 6:13-16, Mat. 24:13). Assim, o Reino de Deus seria implementado em duas fases: a primeira durante a Era do Evangelho, quando Jesus iria conduzir seus verdadeiros discípulos, e, por fim, em seu retorno, quando o Reino governaria sobre toda a terra, substituindo os governos dos homens (Dan 2:44). Neste momento seus discípulos governariam com ele (Mat. 19:28, Luc. 22:30), conforme as Escrituras Hebraicas haviam profetizado (Dan 7:18).

Portanto, este era o Messias bíblico. Infelizmente, a maioria das pessoas não o reconheceu. Porém, os cristãos o reconhecem e aceitam alegremente sua liderança. Eles aguardam ansiosamente seu retorno em glória, quando ele governará sobre toda a terra e julgará a humanidade em justiça e retidão. Daí, sua oração-modelo finalmente se cumprirá:

Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. (Mateus 6:9-10)

Jesus ensinou também que ele é o único mediador entre Deus e os homens:

Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” (João 14:6)

No entanto, seria após sua glorificação que o ensino fundamental de seu sacrifício de resgate pelos pecados, e seu papel exclusivo de mediador seria revelado em detalhes. Jesus Cristo nos ensinaria isso por meio de seus apóstolos, após o primeiro derramamento do Espírito Santo sobre eles no dia do Pentecostes (Atos 2:1-4).

O Evangelho Pregado Pelos Apóstolos

No livro de Atos, observamos que os discípulos, além de pregar o Reino, deixaram clara a necessidade de se aceitar Jesus como o Cristo, conforme Jesus havia deixado implícito nos evangelhos:

No entanto, quando Filipe lhes pregou as boas novas do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, creram nele, e foram batizados, tanto homens como mulheres. (Atos 8:12)

Assim combinaram encontrar-se com Paulo em dia determinado, indo em grupo ainda mais numeroso ao lugar onde ele estava. Desde a manhã até à tarde ele lhes deu explicações e lhes testemunhou do Reino de Deus, procurando convencê-los a respeito de Jesus, com base na Lei de Moisés e nos Profetas. (Atos 28:23)

Pregava o Reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus Cristo, abertamente e sem impedimento algum. (Atos 28:31)

Em muitos casos, os discípulos só incentivaram seus ouvintes a crer que Jesus era o Cristo; que a salvação viria por meio de seu nome:

“Portanto, que todo Israel fique certo disto: Este Jesus, a quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo”. Quando ouviram isso, os seus corações ficaram aflitos, e eles perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, que faremos?” Pedro respondeu: “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar”. (Atos 2:36-39)

Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo. (Atos 5:42)

Indo Filipe para uma cidade de Samaria, ali lhes anunciava o Cristo. (Atos 8:5)

Todavia, Saulo se fortalecia cada vez mais e confundia os judeus que viviam em Damasco, demonstrando que Jesus é o Cristo. (Atos 9:22)

Ele nos mandou pregar ao povo e testemunhar que este é aquele a quem Deus constituiu juiz de vivos e de mortos. Todos os profetas dão testemunho dele, de que todo aquele que nele crê recebe o perdão dos pecados mediante o seu nome”. (Atos 10:42, 43)

Segundo o seu costume, Paulo foi à sinagoga e por três sábados discutiu com eles com base nas Escrituras, explicando e provando que o Cristo deveria sofrer e ressuscitar dentre os mortos. E dizia: “Este Jesus que lhes proclamo é o Cristo”. Alguns dos judeus foram persuadidos e se uniram a Paulo e Silas, bem como muitos gregos tementes a Deus, e não poucas mulheres de alta posição. (Atos 17:2-4)

Em sua cartas pastorais, Paulo confirmou que as boas novas não haviam mudado:

Os judeus pedem sinais miraculosos, e os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem. (1 Cor 1:22-25)

Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloqüente nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. (1 Cor 2:1, 2)

Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo. (Gál. 6:14)

O mesmo fez o apóstolo João:

Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome. (João 20:30, 31)

E este é o seu mandamento: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordenou. (1 João 3:23).

Outro Evangelho

Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo. Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado! (Gálatas 1:6-9)

Outros Evangelhos estavam sendo apresentados já nos dias de Paulo. Não é diferente em nosso tempo. Surgiram muitas religiões pregando elementos da verdade, mas também adicionando ou subtraindo algo da mensagem do Evangelho pregado por Jesus e seus apóstolos. Por exemplo, no final do século 19, Charles Russell, fundador da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, desenvolveu uma teologia chamada de “Plano Divino das Eras”, sobre a qual ele e seus seguidores se referiam como “A Verdade”. Era um complexo sistema dispensacional com um diagrama esquemático para ajudar os leitores a compreender. Para muitos de seus seguidores, os escritos dele passaram a ser encarados como tendo autoridade no mesmo nível da própria Bíblia. Ele sugeriu até mesmo que a Grande Pirâmide do Egito era uma revelação de Deus sobre este “Plano Divino”.

Se, conforme cremos, Deus fez com que se esboçasse nesta grande montanha de pedra o Plano Divino das Eras, que sem dúvida, ela nos contará sua história maravilhosa em tons de trombeta, “naquele dia”. O que podemos apreciar de seus ensinamentos em harmonia com a Bíblia achamos maravilhosamente reconfortante hoje, quando o ceticismo é tão abundante. (A Grande Pirâmide, Um Oráculo Divino, de Charles Russell)

Após a morte de Russell, ocorreu uma separação entre os que seguiam Russell e os que seguiram o novo líder, Joseph Rutherford. Com o passar do tempo Rutherford se distanciou de Russell, e desenvolveu uma nova religião, que hoje é conhecida como Testemunhas de Jeová. Elas continuam a cometer o mesmo erro de Russell, pensando que são “Canal de Deus” e chamando sua própria visão teológica de “Verdade”. Elas chegam a afirmar que sua organização, a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, foi designada diretamente por Deus, e fazem dessa crença um artigo de fé, algo que Russell teria repudiado:

É imperativo reforçarmos nossa confiança agora. Sem confiança nos nossos irmãos cristãos, na organização de Jeová e, acima de tudo, no próprio Jeová, será impossível sobreviver. (Revista A Sentinela de 15 de agosto de 1998, pág.19)

Deveras, em todos os aspectos da vida, vemos que o povo de Deus está decidido a servir lealmente com a organização de Jeová. (Revista A Sentinela de 1º de agosto de 1997, pág. 8)

As Testemunhas de Jeová realmente fizeram de sua organização um ídolo.

A Igreja Mundial de Deus, fundada por Herbert W. Armstrong, desenvolveu uma teologia muito similar à das Testemunhas de Jeová. Armstrong acreditava que ele era o apóstolo único e exclusivo no fim dos tempos, escolhido pelo próprio Cristo, e que sua teologia era essencial para a salvação:

“A Igreja de Deus hoje, assim, como no primeiro século, recebe seus ensinamentos do Cristo vivo, por meio de um apóstolo [Armstrong], exatamente como em 31 A.D.” (O Mistério do Reino de Deus, capítulo 7, Herbert W. Armstrong).

Além da crença em Cristo, a Igreja Mundial de Deus exige que os crentes obedeçam aos Dez Mandamentos e a outras leis, tais como o dízimo. Observe o que a revista O Mundo de Amanhã, fundada por seguidores de Armstrong, diz na página 26 da edição de Jan-Fev 2003:

“Os que pervertem a graça de Deus estão dizendo por sua conduta: ‘Somos livres para transgredir os Dez Mandamentos, não precisamos obedecer a Deus e guardar seus mandamentos!’ Isso está errado! Essa forma de rebelião é carnalidade, não conversão! A verdade é que guardar os mandamentos de Deus mostra-nos como amar a Deus.”

Um cristão certamente não estaria errado em guardar os Dez Mandamentos, mas exigir isso como um artigo de fé é fazer acréscimo ao Evangelho que Jesus e os apóstolos pregaram. Paulo mostrou explicitamente que a Lei de Moisés não se aplica aos cristãos (Col. 2:13, 14)

Os mórmons superaram todos os outros grupos ao realmente criar sua própria Bíblia, o Livro de Mórmon.

“O Livro de Mórmon é outra testemunha de que Jesus Cristo viveu realmente, que Ele era e é o Filho de Deus. Ele contém os escritos de profetas antigos. Um deles, Lehi, viveu em Jerusalém por volta de 600 A.C. Deus ordenou a Lehi que liderasse um pequeno grupo de pessoas até o continente americano. Lá, eles se tornaram uma grande civilização.” (www.mormon.org – A Igreja)

A teologia dos Mórmons tem pouca semelhança com o que é ensinado na Bíblia.

“Você viveu com seu Pai Celestial como um de Seus filhos espirituais antes de começar sua vida na Terra. Você era feliz lá, mas Deus sabia que você não poderia continuar a progredir a menos que o deixasse por algum tempo.” (www.mormon.org – O Propósito da Vida)

Essas religiões não são as únicas que pregam “outro evangelho”. A Igreja Católica, com mais de um bilhão de membros, também afirma ser a única igreja verdadeira na terra:

“Esta é a única Igreja de Cristo, que no Credo professamos ser una, santa, católica e apostólica.” (www.vatican.va – Profissão de Fé – A Profissão da Fé Cristã).

Além disso, o catolicismo ensina que o Papa representa Cristo na terra, que os membros devem adorar a Virgem Maria, rezar aos seus santos favoritos, e confessar seus pecados a um sacerdote. Naturalmente, nenhuma dessas coisas foi ensinada por Jesus ou por seus apóstolos.

Infelizmente, o protestantismo não se saiu muito melhor. A grande maioria das igrejas protestantes ensina que os cristãos vão todos para o céu viver em felicidade, enquanto que os não cristãos vão para o inferno serem torturados por toda a eternidade. Elas dizem pouco ou nada sobre o Reino de Deus, que era o foco da pregação de Jesus. Pode-se demonstrar facilmente que a doutrina do tormento eterno não é bíblica, e é de fato insultuosa para com o bom nome de Deus. Para informações sobre isso, veja o artigo O Que Dizem as Escrituras Sobre o Inferno? Além disso, os católicos e os protestantes fazem da crença na doutrina da Trindade um requisito para a salvação — o sinal distintivo de um verdadeiro cristão. Protestantes e católicos encaram a Trindade como uma crença fundamental, que deve ser aceita por todos os cristãos. Uma definição típica da Trindade é a seguinte:

Por Trindade, queremos dizer que há três distinções eternas em uma essência divina, conhecidas respectivamente como Pai, Filho e Espírito Santo. Estas três distinções são três pessoas, e assim podemos falar da tripersonalidade de Deus. O Credo de Atanásio expressa a crença trinitária desse modo: “Adoramos um Deus em Trindade, e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância.” (Palestras em Teologia Sistemática, Henry Clarence Thiessen, pág. 135.)

Note-se que esta definição está longe de ser encontrada nas Escrituras. Com referência à natureza de Deus, os termos “Trindade”, “distinções eternas”, “essência divina”, “tripersonalidade” e “substância” não são encontrados na Bíblia, e são de fato derivados de fontes filosóficas e religiões pagãs. Até mesmo Thiessen admite que a palavra “trindade” não se encontra na Bíblia, tendo passado a ser usada após a morte dos apóstolos. Os historiadores concordam em geral que a doutrina da Trindade, em sua forma atual, só foi formulada pela igreja no quarto ou quinto século. Com certeza isso não foi ensinado explicitamente por Jesus ou seus apóstolos, por isso não há base bíblica para tornar essa doutrina um artigo de fé. É uma doutrina de homens apenas. Não deve ser pregada como Boas Novas – pois isso seria fazer um acréscimo à mensagem de Jesus e seus apóstolos. (Para mais informações consulte o folheto O Único Deus Verdadeiro – Um Estudo Bíblico Sobre a Trindade).

Conclusão

Com base nas Escrituras é claro que as boas novas que os cristãos devem pregar hoje são que Jesus Cristo é o Messias prometido, o Rei do Reino de Deus, que morreu como um sacrifício de resgate por nossos pecados, ressuscitou e está agora assentado à direita de Deus, o Pai. Ele um dia voltará para governar a terra e julgar a humanidade em retidão e justiça, restituindo tudo o que Adão perdeu. Esta é a mensagem essencial que os discípulos de Jesus pregavam, e não estamos autorizados a acrescentar ou tirar nada dela. Se crermos que Jesus é este Cristo e nos arrependermos, aceitando-o como nosso Salvador e Senhor, teremos a vida. Não existem outros requisitos para a salvação.

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As referências bíblicas são da NVI, a não ser que haja outra indicação.

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